Milly Lacombe

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Olé palmeirense revela o que era óbvio: deu para Ramón Díaz

O Corinthians foi campeão paulista em cima do Palmeiras e todos disseram: que campanha, que time. Eu tinha uma ideia diferente. Avaliei que o trabalho de Ramón Díaz e de seu filho Emiliano estava encerrado. O Corinthians havia jogado mal no estádio do Palmeiras no primeiro jogo da final e só venceu porque Yuri estava abençoado. E jogou ainda pior no jogo da volta.

Jogou apequenado. Jogou sem esquema. Jogou como time miúdo. Poderia ter perdido se Hugo não pegasse o pênalti de Veiga e a torcida não tivesse decretado por conta própria o fim do jogo quando bem quis. Ganhou o título estadual e achou que era um timaço. Não, não é.

Ramón Díaz não percebeu o tamanho do Corinthians. Em entrevistas já disse mais de uma vez: o Corinthians precisa entender que é grande. Quando o Corinthians não entendeu isso? Não é nem nunca foi esse um problema no Parque São Jorge. Um time com 30 milhões de torcedores não sucumbe à pequenez.

Ramón não entendeu como jogar chamando a torcida. A torcida tentou ensiná-lo na arrancada de 2024 que fez o time sair do Z4 e ir para a pré-Libertadores. Yuri, Memphis, Garro. Eles entenderam. Mas Ramón não entendeu e se convenceu de que o sucesso da arrancada era mérito exclusivamente seu.

Contra o Palmeiras em Barueri nesse 12 de abril o Corinthians foi um constrangimento. Taticamente o time parecia um coletivo juvenil. Estrategicamente foi engolido. Tecnicamente foi inferior. Yuri e Memphis isolados diante de um meio de campo zonzo e de laterais perdidos. O segundo tempo foi um vexame ainda maior porque o Palmeiras abdicou da posse de bola esperando o momento do contra-ataque.

O time da casa deu a bola ao adversário sabendo que dali pouco sairia. Um risco calculado que se provou de bom retorno. O Corinthians nada fez com a bola nos pés e o Palmeiras foi melhor mesmo sem ela. Fez um gol anulado pelo VAR e seguiu trabalhando no erro e na falta de competência do Corinthians. Foram quase dez finalizações palmeirenses contra uma do Corinthians. Poderia ter sido goleada mas foi só um massacre tático.

O Corinthians é um time mal treinado, espaçado e desmotivado. Coisas que estão aí desde o começo do ano e que, para alguns, os bons resultados eclipsaram.

Seguir com Ramón Díaz é jogar o ano fora. Deveria ter trazido Renato Gaúcho quando era tempo. Agora terá que ir em busca de outro capaz de apreender a totalidade da alma dessa camisa e fazer bom uso do elenco que tem. No final do jogo desse sábado a torcida gritou "olé". Com toda a razão. Foi o troco da subida na bola de Memphis. A vida dá voltas.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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