Milly Lacombe

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OpiniãoEsporte

Seleção feminina brasileira e uma vitória comovente para entrar na história

Estados Unidos e Brasil fizeram dois jogos amistosos na Califórnia. No primeiro, uma vitória relativamente tranquila da seleção da casa, jovem, renovada e muito diferente daquela que bateu o Brasil nas Olimpíadas de Paris para levar o ouro. Do nosso lado, também renovação e a ausência de Marta.

O primeiro jogo seguiu a lógica histórica: deu Estados Unidos pelo placar de dois a zero. Um resultado que não tem paralelos no masculino porque o peso da seleção estadunidense para o futebol feminino é equivalente ao peso da brasileira para o futebol masculino.

No segundo, parecia que uma tragédia estava a caminho. Os Estados Unidos marcam com 30 segundos de jogo e iniciam uma pressão absurda. Goleada sendo desenhada? O Brasil se segurou e empatou com um golaço de Kerolin aos 24. Mas a pressão continuou.

Arthur Elias, que anda extremamente deselegante em entrevistas coletivas, mexeu aos 35 do primeiro tempo. Saíram Bruninha e Lauren e entraram Luany e Mariza. Mudança abençoada: Luany entrava para fazer a melhor partida de sua vida.

Segundo tempo equilibrado, estádio cheio, time da casa pressionando. Mas o Brasil estava inteiro e tinha sobrevivido ao balanço emocional que o gol aos 30 segundos de jogo havia gerado. Superamos um trauma antigo: o de nos deixarmos afundar mentalmente durante a partida. E então, no último lance do jogo, num contra-ataque de almanaque, viramos.

Foi a quarta vitória da seleção brasileira sobre a estadunidense na história e a primeira desde 2014. Uma seleção que se prepara para receber o mundial em 2027 e que, nas mãos de Elias e de Cris Gambaré, pode sim levantar o troféu. Que até lá Arthur Elias volte a ser na interação com a imprensa, sempre majoritariamente feminina nesse caso, o cara bacana que já mostrou ser comandando o Corinthians.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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