Elenco fala em 'evolução muito grande' da seleção e eu me pergunto em quê

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Não tenho dúvida de que todos os convocados por Dorival Jr. são jogadores muito acima da média. Entendo quando alguns argumentam que temos uma questão geracional no futebol brasileiro atual e tendo a concordar discordando. Podemos não ter mais um Zico ou um Ronaldinho Gaúcho, ok, mas a qualidade técnica da seleção brasileira é, sob o meu ponto de vista, indiscutível.
Só que um time não nasce apenas de jogadores excelentes. Um time nasce de planejamento, filosofia de jogo, união. A Argentina é uma seleção tecnicamente inferior mas infinitamente mais forte do que a brasileira. Tem conjunto, tem estratégia, tem planejamento, tem trabalho.
Um grande time nasce também da consciência de suas fraquezas e de uma boa dose de pés no chão. A seleção de Dorival, assim como as anteriores, não parece ter nada disso. Na entrevista desse domingo, Marquinhos e Matheus Cunha repetiram que a seleção passa por uma evolução muito grande. Onde exatamente? Como ela se manifesta? Quem mais a enxerga além dos que foram convocados?
É um distanciamento bastante grande da realidade que em nada ajuda a construir a evolução verdadeira.
Marquinhos disse durante a entrevista desse domingo que certamente o time vai receber orientações estratégicas para enfrentar a Argentina. Hoje é domingo. O jogo é terça. Eles ainda não receberam essas orientações?
A seleção está distante da população. Hoje não engaja a torcida, muito menos qualquer tipo de paixão. Pode vencer a Argentina e, ainda assim, essa realidade não será modificada. O problema é profundo e exige mudança de hábitos e costumes. Mais ou menos como a luta contra o racismo que é lutada com plaquinhas, faixas e hashtags. Não funciona e é apenas uma performance para cumprir tabela. No painel atrás dos entrevistados, com o nome dos patrocinadores, agora a gente lê em letras miúdas "racismo é crime". É muito teatro para pouco público.
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