Milly Lacombe

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OpiniãoEsporte

A série mais necessária, brutal e comovente já produzida pelo streaming

Muito tem sido escrito sobre "Adolescência", a nova série da Netflix. Quem assiste sai destruído da experiência. Não uma destruição paralisante, mas uma destruição empática do tipo: precisamos fazer alguma coisa para mudar essa realidade.

A realidade: meninos estão sendo socializados para odiarem meninas de formas irreversíveis. Verdade que o patriarcado sempre formou homens para menosprezarem mulheres, mas o rolê agora mudou de intensidade. As redes sociais e a pornografia entraram nessa trama e estão trabalhando dia e noite para formar uma sociedade ainda mais dividida, atomizado e violenta.

A história é brutal no conteúdo e brilhante na forma. Episódios sem cortes, filmados de forma ininterrupta para dar a ideia de que estamos dentro da vida daquela família - que é, a rigor, a nossa família.

Escrita e interpretada por Stephen Graham e dirigida por Philip Barantini, "Adolescência" é o olhar de um homem atento ao que está acontecendo com a masculinidade nos dias de hoje. A ideia de que não somos bons ou maus na origem mas somos construções sociais é bastante sólida. Impossível ver os quatro episódios sem hiperventilar, sem se emocionar, sem querer desesperadamente abraçar aquelas pessoas e mudar a realidade em que nos metemos.

Aproveitem o tédio da data-FIFA para assistirem à série. Façam isso hoje. Vocês não vão se arrepender.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Ao contrário do que informado anteriormente, a série foi dirigida por Philip Barantini e não Stephen Graham, que escreveu e atuou na produção da Netflix. O erro foi corrigido.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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