Melhoraremos quando os reclamões reclamarem dos erros que os beneficiam

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Não foi penalti. Juiz e VAR erraram grosseiramente. O São Paulo foi prejudicado, e o campeonato, manchado.
Vamos seguir com algumas verdades antes de iniciarmos uma pequena reflexão.
O VAR é uma aberração. Ele chega prometendo o que jamais poderá entregar: o fim do erro de arbitragem. Sabemos disso desde o dia um. Falávamos, mas os defensores do VAR esperneavam, xingavam, mandavam a gente ir lavar uma pia de louça suja.
O VAR nunca acabará com o erro no futebol porque a dimensão do erro faz parte do jogo, assim como da experiência humana. Erramos. Estamos mobilizados por crenças, modelos de pensamento, desejos. Erramos.
O ruim não é errar. É não saber o que fazer com o erro.
Há dois anos estávamos debatendo o erro que tirou o Palmeiras de uma Copa do Brasil. Para o São Paulo. Um erro grosseiro, injusto, revoltante.
Abel esperneou. Com razão.
Mas e agora? Agora Abel cala. Procura um contato entre Arboleda e Vitor Roque e acha. Sempre acharemos. É futebol, não é tênis. Pronto. Para ele, é o suficiente.
Melhoraremos quando o treinador beneficiado sair de campo esbravejando a arbitragem ruim que o beneficiou. Porque, claramente, Abel não curtiu a arbitragem enquanto o jogo rolava. Bastava olhar para seus gestos de discordância à beira do gramado.
Precisamos de treinadores reclamem as arbitragens que os beneficiam não para serem candidatos ao troféu madre Teresa. Mas para evitar que amanhã o prejudicado volte a ser o time dele.
Uma ideia de declaração:
"A arbitragem foi péssima. Obviamente não foi pênalti, e meu time se beneficiou desse erro. Eu aceito o resultado como aceitei o de dois anos atrás, quando meu time foi visivelmente vítima de um erro de arbitragem que nos eliminou. Mas a arbitragem tem que melhorar. A CBF precisa treinar melhor os juízes e as juízas. Precisamos diminuir a quantidade de erros tão grosseiros para que amanhã o prejudicado não volte a ser eu".
O único antídoto contra o erro é seguir tentando melhorar. E o VAR, meus caros, podemos aposentar. Ele fragmenta o futebol em microimagens criando cenários onde tudo pode ser visto desde que tenhamos a crença certa, se acovarda quando precisa entrar em campo e fica grandão quando não tem o por que se meter.
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