Depois do constrangimento, torcida do City muda história do bandeirão

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Há quem ame o futebol europeu. Eu não sou essa pessoa. Já gostei, mas hoje, vendo o que acontece no mundo e por que acontece, não consigo mais. Só que tem dias que algumas notícias são gostosas de ouvir. O bandeirão amargurado da torcida do City, que tinha como objetivo provocar Vini Jr. no jogo entre City e Real pela Liga dos Campeões, foi usado pelo craque como motivação. É meio básico isso de não provocar o melhor jogador do outro time antes da partida. Ou deveria ser.
Vini foi lá e decidiu a partida para o Real.
Ver o City perder me dá gosto. É a derrota dos oligopólios. A derrota das ditaduras que tentam comprar o futebol. Um time sem limite de poder de compra e que acredita que pode ir passando por cima das regras do jogo para gastar como quiser. E, mesmo assim, não ganha tudo. Tem dias em que futebol se impõe sobre a infâmia e a gente se nutre de esperança.
No dia 6 de fevereiro de 2023 o clube de Pep foi indiciado pela Liga por 115 acusações de quebrar as regras financeiras da competição. O julgamento teve início em setembro de 2024 e espera-se um veredito até o meio desse ano.
O bandeirão da torcida do City, agora já historicamente infame, é também resultado dessa elitização dos estádios que afastou dos campos a torcida em transe, a torcida que se recusa a ser domesticada. É uma ideia bastante ruim gastar espaço, dinheiro e criatividade com mensagens como a exibida pela galera do City. Uma ideia que certamente não passaria pela cabeça de nenhum geraldino ou geraldina porque quem ama de verdade a natureza desse esporte sabe que nada se compara a se entregar de forma apaixonada e delirante ao time que se ama.
A torcida do City e seu bandeirão que lambia Rodri para provocar Vini agora diz que a provocação era para o presidente do Real. Pior do que passar pelo constrangimento é ser incapaz de assumir a dimensão do ridículo que vive na gente e que, por isso, todos somos capazes de alcançar, como ensinou Nelson Rodrigues.
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