Milly Lacombe

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OpiniãoEsporte

Paulo Henrique Ganso na hora mais dramática de sua carreira

Ganso voltou das férias e foi treinar. Mais um dia normal de trabalho na carreira de um de nossos maiores talentos. Só que dessa vez não seria assim. Exames detectaram uma inflamação na membrana do coração. Para tudo imediatamente. Tira o cara de campo. Vai para casa. Mais exames. Mais diagnósticos. Não sabemos se você poderá voltar a jogar, craque. Se puder, não sabemos quando.

A condição - conhecida como miocardite - infere em risco de morte se Ganso seguir treinando e jogando. Algumas semanas de repouso podem indicar a reversão do quadro, que teria então sido causado, provavelmente, por uma forte gripe e passou. Nesse caso, Ganso volta. Mas não se sabe quando.

Nos demais casos, não precisamos falar sobre eles. Ganso voltará. Ganso voltará porque o futebol não pode perder o maestro em seu ato final dentro de campo. O garoto que aos 15 anos já emocionava audiências por conta de sua visão de jogo, de seus toques rápidos, de seu jeito genial de passar a bola sem que percebamos que ele antecipou a jogada, não vai se aposentar precocemente por um problema justamente no órgão que ele rege com tanta astucia dentro de peitos tricolores.

Ganso lida com contusões desde muito jovem. Não teve uma carreira na seleção porque passou tempo precioso nos departamentos médicos. E agora, já na iminência de se retirar de cena, precisa lidar com o mais grave e delicado dos quadros médicos que já enfrentou.

É hora de driblar o improvável. Hora de se recolher e se cuidar para deixar que o corpo elimine a inflamação. Voltar como nunca antes. Voltar repleto de vontade de viver e de jogar. Voltar para encantar. Ganso volta. Pensar qualquer coisa diferente disso é deixar de acreditar nos mistérios que constroem esse jogo tão sublime. Até já, gênio.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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