Em primeira coletiva do ano, Abel revela saborosos bastidores

"Vendemos o Vitor porque falei demais com quem não devia". A frase foi colocada assim, entre vírgulas, pelo treinador palmeirense durante a coletiva de pós jogo na estreia do Paulistão. Queríamos saber mais, mas mais ele não disse. Sugeriu que, em conversas informais realizadas em ocasião de descanso, falou coisas que talvez não devesse ter falado sobre a qualidade de seus jogadores para pessoas que têm poder de decisão.
Abel estava relaxado e bem humorado. Falou de reforços que ainda se fazem necessários para zaga e combate no meio de campo, elogiou Leila Pereira (que na pronúncia dele vira "Léla") em sua fase mais agressiva no mercado, pegou para ele parte da responsabilidade pela valorização de jogadores da base (com total razão), contou que Paulinho só no final de abril e disse que não sabia que nenhum treinador havia sido tetra-campeão paulista na história - embora já tenha havido um time tetra-campeão no século passado.
Já deveríamos estar acostumadas e acostumados aos métodos de Abel. As reclamações de que ele não usa a base nunca foram precisas na minha opinião. Ao todo, já usou 30 crias ou mais. Abel quer tempo para trabalhar os jogadores. E ele revelou mais coisas a respeito disso na coletiva quando falou de Fabinho.
O garoto está com ele desde 2020. Abel disse que nunca autorizou sua negociação e que vem trabalhando Fabinho desde então. Elogiou a atuação dele no jogo de estreia do Paulistão 2025. E disse que a história de Vanderlan é parecida.
Eu gosto do método-Abel. Desde que li seu livro compreendi melhor a forma como o treinador pensa suas funções de liderança. Abel faz bem o futebol brasileiro. E seus métodos, que ele não faz questão de esconder, estão decifrados no best-seller que lançou.
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