Quem vai punir a Conmebol por negligência ao racismo?
Da Argentina, outra vez, chegam cenas de racismo em campos de futebol. Agora foi no jogo entre San Lorenzo e Atlético em partida realizada na terça-feira, 13 de agosto pela Libertadores. As imagens, como sempre, são claras. Estão ali os racistas sem um pingo de vergonha dos gestos que executam. A Conmebol pune esse crime com multas ao time cujos torcedores se entregam a delinquências raciais.
Está adiantando? Está melhorando? Estamos evoluindo?
Acho que todos aqui concordarão que as respostas são não, não e não.
A Conmebol parece estar sem ideias para fazer mais, melhor ou diferente. É o que temos. Faixas, cartazes, avisos nos telões e multas. Ou seja: a Conmebol deu um jeitinho de lucrar com o racismo.
E agora? Bem, talvez tirar da Conmebol a prerrogativa de tentar resolver o que ela claramente não sabe resolver.
Depois, começar a eliminar os times cujos torcedores cometem atos racistas. É bastante simples na verdade: eliminados. Fora. Saiu da disputa. E não pode participar de competições internacionais por três anos.
E aí vem o aviso público disparado oficialmente: "O time X foi eliminado da competição Y porque o senhor Juan Sin Verguenza fez gestos racistas. O senhor Sin Verguenza tem 40 anos, é torcedor do time X, trabalha para [e senta mão na ficha do rapaz].
Punição mais constrangimento público.
Já o valor da multa precisa ir para um fundo que trabalhe na educação antirracista. E Juanito vai prestar serviços comunitários por dois anos. O dinheiro vai ter uso público. Juanito vai sair transformado.
Pronto. Façamos isso por um ano e eu acredito que não haverá mais Juanitos que tenham a audácia de cometer racismo nos campos.
Claro que temos casos no Brasil também, mas nossas leis estão - pelo menos na letra - mais adequadas para combater o racismo nos campos de futebol. A Argentina, a cada dia que passa, se afunda um pouco mais nessa delinquência. A Conmebol não se mexe. Então, fica o questionamento: quem vai entrar nesse jogo para fazer alguma coisa com a real intenção de transformar a situação?
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