Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
"Eu só poderia acreditar num Deus que soubesse dançar"
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Na TV inglesa, o ex jogador Roy Keane não gostou de ver os jogadores brasileiros dançando em comemoração aos gols contra a Coreia.
Achou desrespeitoso especialmente ver Tite dançar.
Eu diria que desrespeito talvez seja não dançar um momento como o do gol, my dear mr. Keane.
Em seu famoso "Assim Falava Zaratustra", o alemão Friederich Nietzsche disse que só acreditaria num Deus que soubesse dançar.
Nós também aqui nessa terra acreditamos em deuses dançantes, mister.
Deuses dançam e sorriem; quem não dança nem sorri é o diabo.
O trecho da clássica obra:
"É verdade: amamos a vida não porque estejamos habituados à vida, mas ao amor.
Há sempre o seu quê de loucura no amor; mas também há sempre o seu quê de razão na loucura.
E eu, que estou bem com a vida, creio que para saber de felicidade não há como as borboletas e as bolhas de sabão, e o que se lhes assemelhe entre os homens.
Ver revolutear essas almas aladas e loucas, encantadoras e buliçosas, é o que arranca a Zaratustra lágrimas e canções.
Eu só poderia crer num Deus que soubesse dançar.
E quando vi o meu demônio, pareceu-me sério, grave, profundo e solene: era o espírito do pesadelo. Por ele caem todas as coisas.
Não é com cólera, mas com riso que se mata. Adiante! matemos o espírito do pesadelo!
Eu aprendi a andar; por conseguinte corro. Eu aprendi a voar; por conseguinte não quero que me empurrem para mudar de sítio.
Agora sou leve, agora voo; agora vejo por baixo de mim mesmo, agora salta em mim um Deus".
Assim falava Zaratustra"
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