Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
São-paulino, Tony Ramos dá show de interpretação em pele de palmeirense
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Assim como a vida, o futebol é feito de miudezas. São os detalhes que a gente sente mais fundo. E, também como na vida, algumas paixões não têm explicação.
No filme "45 do Segundo Tempo", que acaba de estrear nos cinemas, o diretor Luiz Villaça tabela com Tony Ramos na construção de uma personagem apaixonante e delirante: o Palmeirense fanático Pedro, dono de uma cantina e ser humano cheio de complexidades.
A história começa com Pedro experimentando uma dessas fases duras da vida: perto da falência ele vê sua fiel escudeira, a cachorra que o acompanha há mais de uma década, morrer.
Sozinho e arruinado, mergulha numa escuridão para a qual só enxerga uma saída, que é se matar. Mas, antes disso, precisa ver o Palmeiras campeão.
É nessa situação que Pedro se reencontra com dois amigos de adolescência, cada um vivendo seus próprios dilemas da meia-idade.
As personagens dos amigos ficam por conta de Cassio Gabus Mendes e Ari França, que triangulam de forma emocionante com Ramos.
Mas é nos pés e na alma de Ramos que ganhamos a interpretação mais memorável e comovente; vai ser bastante difícil que você não deixe cair algumas lágrimas.
O filme é de uma delicadeza imensa. Vale para qualquer um que goste de futebol, e também para quem não gosta.
Falar de amor é sempre indicado, mas falar de amor em tempos brutos passa a ser resistência.
O Palmeiras está em momento tão encantado que até filme estrelado por um apaixonado tricolor o time ganhou. Quando a fase é boa, tudo vem.
Leia aqui entrevista com Tony Ramos sobre o que sentiu na pele e na alma de um palmeirense doente.
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