Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
De todos os problemas do Corinthians, o mais grave é a apatia
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O que acontece com o time de Vitor Pereira que, vez ou outra, entra em campo como quem anda pela rua depois de receber uma notícia ruim?
De onde vem a apatia, a falta de fome de bola, a baixa intensidade?
O próprio VP disse coisa semelhante na derrota por 2x0 para o Athletico-GO: faltou fome.
Esse ano, já faltou fome contra o São Paulo no estadual, contra o Palmeiras no Brasileiro, em alguns jogos da Libertadores, contra o Fluminense no Maracanã, contra o Athletico-GO na Copa do Brasil e agora contra o Flamengo.
A falta de fome me parece ser o diagnóstico mais grave entre todos os demais: escalações equivocadas, Cantillo de primeiro volante, craques machucados em jogos importantes, Fabio Santos no banco e Piton em campo, Roger Guedes de nove, Yuri Alberto na ponta.
As questões acima estão na dimensão do que é sabido. A falta de apatia está na dimensão do misterioso.
O time está com problemas de relacionamento? VP perdeu o vestiário? Tem algum jogador fazendo corpo mole e contagiando outros? Acho que é aí que está o nó.
Mesmo com escalações equivocadas, mesmo com craques no banco, mesmo com jogadores essenciais no DP, o Corinthians, com intensidade, é time competitivo.
Sem intensidade, a comissão pode colocar todos os jogadores à disposição de VP que, ainda assim, o time fracassará em campo.
De onde vem a apatia?
Não resta dúvida que o Flamengo de Dorival é um time mais interessante do que o Corinthians nesse momento. Mas a apatia corintiana deixou o jogo muito fácil - e não deveria ter sido assim.
Perder para um time como o Flamengo é absolutamente normal. Perder desinteressadamente não pode ser normal.
Ficou difícil para o Timão.
Agora, para ir às semis da Libertadores, vai ter que atuar sobrenaturalmente.
A boa notícia é que, no futebol, vez ou outra o sobrenatural dá as caras.
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