A preleção que eu faria ao Corinthians antes do jogo com o Boca

Corinthians e Boca se enfrentam em jogo de vida ou morte mais uma vez. Agora, a decisão é na casa do time argentino, ao contrário do que aconteceu em 2012 (deu Timão) e em 2013 (deu Boca).

É partida que existe em si mesma, sem antes ou depois, sem passado ou futuro. A partir do apito inicial, abre-se uma fenda temporal. Estaremos em tempo suspenso. Ali dentro, no interior desse portal, poderemos fazer nascer uma história que será contada aos nossos filhos e netos até que a Via Láctea se choque com Andrômeda, daqui a 10 bilhões de anos.

O jogo de hoje na Bombonera é um campeonato. Quem passar, leva o troféu.

Um troféu simbólico, mas nem por isso menos importante - ao contrário.

O encontro das 21h30 envolve muitas coisas.

Envolve, por exemplo, fazer parte do time que, se conseguir a classificação, terá seu nome escrito na história do Corinthians.

Envolve, portanto, a eternização de camisas, performances, gols, defesas, passes, narrações.

Envolve também dar uma lição aos racistas xeneizes que se sentiram à vontade para cometer seus crimes nas partidas anteriores.

Envolve mandar esses safados cabisbaixos para casa. Envolve calá-los. Envolve apequená-los ainda mais.

O jogo também envolve mostrar aos arruaceiros que foram para a porta do hotel de madrugada tentar impedir que o elenco corintiano dormisse que ações infantis como essa não definem vitórias ou derrotas.

Tem muita coisa definidora na partida de logo mais que está para além da Libertadores.

Como disse meu colega Vitor Guedes no Uol News Esporte desse dia 5 de julho, algumas partidas existem suspensas no tempo e no espaço, se bastam nelas mesmas, entrarão para a história pulsando para além do campeonato em que estavam inseridas.

Essa é uma dessas partidas.

Vai, Corinthians.

Vamos calar os racistas que vieram aqui nos ofender.

Vamos vingar a vergonhosa e indecente arbitragem de Amarilla em 2013.

Vamos mostrar do que somos feitos e feitas.