A ridícula punição ao Boca é mais um desses teatros hipócritas da Conmebol

O Boca foi punido em 100 mil dólares pelo comportamento racista de seus torcedores em jogo contra o Corinthians. Se o Boca tivesse desrespeitado o protocolo de entrada em campo, atrasado e pisado no gramado dançando a Rumba, a multa talvez tivesse sido semelhante.

Se o Boca tivesse entrado em campo com uma faixa pela libertação da Palestina a multa certamente teria sido maior.

Não importa para a Conmebol que a punição com multa esteja tendo efeito zero na batalha contra o racismo. Ela vai seguir punindo com cobrança de multa porque, primeiro, quer mais é grana em seus cofres. E quanto mais racismo, mais multa.

Segundo, a associação precisa dar uma resposta aos movimentos negros e a multa é saída fácil conveniente.

Não está adiantando multar os clubes, e seguir nesse teatro hipócrita vai apenas fazer a Conmebol lucrar com o racismo. Quem diria que seria possível lucrar com o racismo, não é mesmo?

Que tal punir de outras formas?

Tirar a torcida, eliminar o time... há saídas alternativas para combater o racismo, mas elas talvez não envolvam dinheiro.

Haveria alternativas, só que para testá-las seria preciso que a Conmebol estivesse de alguma forma interessada nessa luta para além de faixas, placas, avisos nos altos falantes do estádio etc. E ela evidentemente não está.

Ah, sim: além da multa o Boca será obrigado a fazer anúncios contra o racismo antes e durante a partida. Vai ser muito eficaz, certamente: Senhoras e senhores, evitem cometer racismo. Racismo é errado. Racismo é feio. Tentem não cair em tentação. Não joguem bananas, não imitem macacos. No hagan. Ya basta!