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Milly Lacombe

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Quem vai parar a terceira academia alviverde?

Rony, do Palmeiras, comemora com salto mortal gol contra o Coritiba, pelo Brasileirão - Robson Mafra/AGIF
Rony, do Palmeiras, comemora com salto mortal gol contra o Coritiba, pelo Brasileirão Imagem: Robson Mafra/AGIF

Colunista do UOL

12/06/2022 20h03

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Há quem ache que comparar o Palmeiras de Abel Ferreira às academias palmeirenses que fizeram história no futebol brasileiro nas décadas de 60 e 70 é exagero. Entendo, mas argumento que as duas primeiras academias têm a favor delas o distanciamento histórico que sempre confere romantização ao que passou e dá a medida da real grandeza que o evento teve em nossas vidas.

Esse time de Abel está sendo avaliado no presente e a gente tende a diminuir a potência das circunstâncias enquanto estamos experimentando o seu desenrolar. Sem distanciamento histórico, sem a medida da importância do acontecimento.

O Palmeiras atual entra em campo e a torcedora e o torcedor palmeirense sabem que o gol vai sair. É uma certeza rara, um sentimento de confiança inédito para algumas gerações. Quem pode dizer que já sentiu isso? E por quanto tempo? Esse sentimento foi capaz de erguer duas Libertadores e ser o favorito para a terceira?

A despeito da escalação, a despeito dos desfalques, a despeito de como o adversário se posicione, se tranque, jogue duro e picando o jogo - o Palmeiras se comporta com extrema desenvoltura, sabe o que vai fazer, tem consciência tática coletiva.

Tecnicamente, vamos combinar que antes de Abel se o Palmeiras oferecesse por aí Zé Rafael, Rony, Marcos Rocha, Scarpa, Danilo e até Veiga não haveria compradores imediatos. Hoje, são peças encaixadas e valiosas.

Podemos abrir debate e ir no mano a mano, peça por peça, comparando Dudu e Danilo, Ademir da Guia e Veiga, Leão e Weverton e assim por diante, e talvez quase todos os anteriores sejam considerados melhores do que os atuais (talvez, apenas talvez), mas no coletivo, na segurança que o time passa e na real e palpável possibilidade de ser tri-campeão da América, não existe paralelo.

Líder do Brasileiro, sólido, imponente, conquistando, dentro e fora de casa, vitórias que derretem tabus. A desse domingo, 12 de junho, foi contra o Coritiba no Couto Pereira. Vai ser difícil quebrar a hegemonia desse Palmeiras.

O time de Abel, com o devido distanciamento histórico, vai ser considerado a terceira academia. Perdoem-me a antecipação.

O que posso dizer? Só me resta, "Vai, Real Madrid!".

Te dedico, Edson Rossi. Te dedico, Sergio Cury. Esse Palmeiras é do tamanho do meu amor por vocês.