Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Milly: Precisamos falar sobre o filho de Tite
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Pois é: eis aí um assunto muito adiado que agora se revela absolutamente urgente: o filho de Tite.
Que o treinador da seleção brasileira empregue seu filho como assistente técnico já seria, em si, um fato moralmente sensível. Mas, porque Tite é um cara bacana, que parece sempre passear pelo lado certo da história, ainda que ultimamente tenha sido visto sobre muitos muros, o assunto raramente é citado, nem mesmo entre vírgulas.
Os que acreditam em ficções como meritocracia e unicórnios, claro, nem ousam esbarrar no tema. Mas os que estão de olhos abertos e conscientes e sabem perfeitamente que meritocracia não existe, entendem que, eticamente falando, o filho de Tite não deveria ocupar cargo na seleção, ainda que fosse um profissional muitíssimo acima da média.
Não bastasse esse conflito moral, agora descobre-se que o filho de Tite tem a constrangedora mania de curtir postagens não apenas homofóbicas, mas também misóginas, transfóbicas e machistas. Eu soube disso lendo texto da excelente repórter Gabriela Moreira para o GE.
Vamos combinar que, se tivesse curtido apenas uma postagem de teor intolerante, excludente e grotesco, Matheus Bachi poderia até tentar sair dessa alegando ignorância, acaso, desleixo, desatenção, estupidez, incapacidade cognitiva. Mas são muitas as postagens de conteúdo absolutamente repugnante curtidas pelo filhão.
Manter o filho de Tite empregado na CBF já era, antes de sabermos de seu caráter, assunto polêmico. Agora, diante dos fatos, deixamos o ambiente da polêmica e entramos no das coisas inegociáveis.
Isso, claro, se a CBF agisse de acordo com o discurso que prega e que, ainda que bastante vazio ("somos todos iguais") deveria querer dizer alguma coisa. Ou será que esse blá blá blá é apenas para inglês - e patrocinadores - verem?
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