O Fluminense vem aí

Roger Machado, na quietude que parece ser uma de suas características, monta um time competitivo, que mistura experiência e juventude, segurança e irreverência, ousadia e paciência.

Aos poucos, sem a badalação e sem a cobrança que existe sobre Flamengo e Palmeiras, Roger faz do Fluminense um time cheio de possibilidades.

O Flu tem uma zaga sólida, com Nino (agora na seleção olímpica e substituído por Manoel) e Lucas Claro, um meio de campo que tem aquele que considero hoje um dos melhores volantes jogando no Brasil, Yago, e um meia à moda antiga que está jogando de forma bastante inteligente, Nene.

Mas é no ataque que o Fluminense tem o repertório mais interessante: Fred e muitos jovens cheios de vontade e de categoria: Luiz Henrique, Gabriel, Kayky, Abel, Caio e Lucca, além de Bobadilla. É muita opção e é muito talento. Roger tem mudado o time na medida da necessidade e conquistado vitórias importantes, como a contra o Flamengo e a virada contra o Sport fora de casa.

Na volta da Libertadores, meteu um dois a zero no Cerro Porteño no jogo de ida, abrindo boa vantagem para o jogo da volta, no Maracanã. É um time que tem sido bom de ver jogar: busca o ataque, abre o jogo pelas pontas, luta para recuperar a posse de bola, joga limpo, joga solto.

Eu não me surpreenderia se o Fluminense chegasse longe, seja na Libertadores, na Copa do Brasil ou no Brasileirão. Seria mesmo um prazer ver Roger Machado, um treinador inundado de consciência social e política, se sair vitorioso em 2021.