Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Mbappé não seria pago pelo Real Madrid em descontos da Zara
"Mercenário"; "Colocou o dinheiro acima de tudo e todos"; "Burro"; "Jogou a carreira no lixo"; Não é apenas de ódio que as (rasas) discussões sobre futebol são quase sempre baseadas nos dias de hoje. Há também muita, muita hipocrisia, especialmente quando o assunto em destaque é o mercado da bola.
Kylian Mbappé deixou o Real Madrid de lado e está a um passo de anunciar oficialmente a permanência no PSG. Vai receber na França um astronômico salário, com bônus de assinatura e prêmios por metas atingidas, altamente superior ao que ganharia na Espanha.
Surpreendendo um total de zero pessoas, os inquisidores do atrasado mundo moderno e dos contos de fadas do esgoto (leia-se redes sociais) já começaram a "cancelar" o craque francês. "Lacrar" é muito mais fácil do que analisar, contestar, debater e, quem sabe, compreender.
Julgam de antemão a decisão de Mbappé de seguir no clube de Paris com o olhar de quem trabalha única e exclusivamente por prazer. Por puro tesão. Talvez acreditem que o Real fosse pagar o mixuruca ordenado do atacante em descontos da Zara ou pedidos "dois por um" no Uber Eats.
Quem somos nós para julgar a escolha de um jovem jogador de 23 anos que batalhou a vida toda para chegar onde chegou? Sabemos quantas centenas (ou milhares) de pessoas, entre familiares, amigos e até mesmo totais desconhecidos, são sustentadas por ele? Quais são os projetos? As ambições (dentro e foras das quatro linhas)? O nível de ligação com as origens?
Longe de ser uma instituição filantrópica e sem fins lucrativos, o Real Madrid é infinitamente mais clube, o maior de todos. Tem mais camisa. Mais tradição. Mas Kylian Mbappé optou pelo PSG. Também não deixa de ser um marco histórico. Estamos em 2022, senhoras e senhores!
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