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Disputa por influência ajuda a explicar portugueses na mira do Atlético-MG

Carlos Carvalhal foi o último português a recusar o Atlético-MG - Getty Images
Carlos Carvalhal foi o último português a recusar o Atlético-MG Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

07/01/2022 08h14

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A busca do Atlético-MG por um treinador português vai muito além da consolidação e justa valorização da escola portuguesa no mundo da bola. Muito menos é uma mera "cópia" da estratégia vencedora aplicada por Flamengo e Palmeiras. Tem, também, forte ligação com relacionamentos e poder de influência nos bastidores.

Não é por mera coincidência ou "publicidade" que o Galo, pós-saída de Cuca, foi atrás inicialmente de duas opções em Portugal: Jorge Jesus e Carlos Carvalhal, que, vale lembrar, foram os primeiros alvos do Rubro-Negro, antes do acordo com Paulo Sousa.

A contratação de um nome de origem lusitana é, sim, um desejo - com base em qualidade, perfil e currículo - da diretoria e dos investidores atleticanos, mas, não menos importante, uma espécie de "prioridade" de dois influentes empresários com ótimo relacionamento no clube mineiro: o brasileiro Giuliano Bertolucci e o português Bruno Macedo. São parceiros, inclusive.

Macedo buscou insistentemente a intermediação de Jesus (sem clube) e Carvalhal (vinculado até junho ao Braga) no Flamengo e, nos últimos dias, tentou fazer o mesmo no Atlético-MG. Sem sucesso nas duas investidas mais recentes, não pretende parar por aí. Vítor Pereira e Rui Vitória caminham para ser os próximos nomes portugueses a serem avaliados e discutidos no Galo.

Demitido em dezembro do Fenerbahce, Pereira, no caso, é agenciado pelo iraniano Kia Joorabchian, que é sócio de longa data de Bertolucci, o que passa a ser um facilitador numa eventual negociação. Desligado do Spartak Moscou, também em meados do mês passado, Vitória, por sua vez, pertence ao português Mohamed Afzal. Há uma boa relação entre todos os agentes em questão.

Colocar um treinador, preferencialmente estrangeiro, dentro do Atlético-MG é a forma de Giuliano Bertolucci e Bruno Macedo não perderem espaço no mercado brasileiro para, curiosamente, uma dupla portuguesa com cada vez mais moral nos concorrentes diretos Flamengo e Palmeiras: os sócios Hugo Cajuda e Bruno Carvalho. São eles os responsáveis pelas carreiras de Paulo Sousa e Abel Ferreira, respectivamente.

Mais portugueses discutidos no Galo

Nos últimas dias, outros dois treinadores portugueses foram ventilados e analisados nos bastidores do Atlético-MG: Paulo Fonseca, ex-Porto, Shakhtar Donetsk e Roma, e Renato Paiva, ex-Benfica B e atualmente no Independiente del Valle. Não houve evolução nas conversas.