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Marília Ruiz

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Marília Ruiz: O (meu) amor em preto e branco

Torcida do Corinthians  - VIDAL CAVALCANTE/AE
Torcida do Corinthians Imagem: VIDAL CAVALCANTE/AE

01/09/2021 09h18

Há 111 anos, sob a luz de lampião, cinco operários inventaram o amor em preto e branco.

De lá para cá, tantas são as histórias, as glórias, os choros, a dor. São histórias de amor. Os idiotas da "subjetividade" vão dizer que não tem amor maior ou amor menor...

Mas tem. Ô se tem.

Não se trata de um amor de torcedor qualquer. O Corinthians não tem uma torcida. São os corinthianos que têm o Corinthians. Têm de possuir, têm de deter, têm de ter, têm de ser proprietário, têm de usufruir. A torcida tem o time, e é esse o segredo da fé: 111 anos de um amor unilateral, dolorido, irracional, vital, recompensador.

Ninguém se torna corinthiano. Corinthiano é. Ponto.

O amor corinthiano é narcisista. Corinthiano não gosta de futebol, mas de Corinthians. Corinthiano não gosta de goleada. Gosta de Corinthians. Gosta de um Corinthians corinthiano: do povo, guerreiro, vez e outra desequilibrado, maloqueiro, sofredor, raçudo, ALTANEIRO. Gosta do Corinthians do Basílio, do Casão, do Neto, do Tite. Do Corinthians que joga como se não houvesse amanhã.

É esse sentimento que completa hoje 111 anos. O clichê, posso dizer porque tenho MUITO lugar de fala, é real. Só quem é sabe o que é.

Doce mistério da vida, da minha vida....

Obrigada por tanto, por tudo, Corinthians. Parabéns.

* Licença poética: essa coluna é pessoal; essa colunista escreve corinthiano com H quando escreve em primeira pessoa.