Marília Ruiz: Cássio é mais uma instituição corintiana descuidada
Desde que se reuniram sob a luz do lampião, os dirigentes do Corinthians se notabilizaram, entre outras coisas, por descuidar de seus ídolos.
Não chega a ser nenhuma novidade, mas não deixa de ser lamentável, que Cássio esteja na linha de frente em 2020.
Ídolo e nome maior das maiores (vale a redundância) conquistas corintianas, o goleiro demonstra claros sinais de que precisa ser cuidado. Não escrevi poupado.
Basta ter a sensibilidade minimamente atenta para saber como ele pode e é afetado pelos humores resultados da fase do time, da pressão da torcida e da acolhida da comissão técnica.
É assim desde sempre.
Só os dirigentes parecem não ter a mínima noção. Aliás: os dirigentes, os técnicos e os assessores de imprensa.
Mesmo com os portões fechados, os treinos blindados e os sorrisos tapados por máscaras de proteção, percebe-se que Cássio foi colocado exposto ao máximo desde a chegada de Tiago Nunes, que dizimou a única virtude do time que encontrou: o sistema defensivo. Pior: o ex-treinador corintiano forçou um goleiro excepcional a exercitar talento que ele não possui e, em vez de ajudar o clube, si mesmo e o próprio Cássio, só piorou tudo.
Nem o interino Coelho, que conhece os bastidores do clube, conseguiu dar paz.
Claro ficou que o goleiro estava à beira do descontrole na entrevista dada depois da difícil vitória sobre o Bahia.
Mas por que não esticar mais a corda, forçar a resiliência do jogador? Então os dirigentes também acharam bom colocá-lo para bater um papo com (des)organizados...
Olha, o roteiro é patético... No capítulo mais recente dessa trama de erros, temos o desabafo depois do 1 a 5 de ontem.
A entrevista carregada de emoção de Cássio precisa ser assistida e (re)assistida pelos dirigentes, comissão técnica e assessores do Corinthians.
Tenham a santa paciência e cuidem do Cássio.
Acordem.
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