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Marília Ruiz

Marília Ruiz: Cássio é mais uma instituição corintiana descuidada

19/10/2020 10h30

Desde que se reuniram sob a luz do lampião, os dirigentes do Corinthians se notabilizaram, entre outras coisas, por descuidar de seus ídolos.

Não chega a ser nenhuma novidade, mas não deixa de ser lamentável, que Cássio esteja na linha de frente em 2020.

Ídolo e nome maior das maiores (vale a redundância) conquistas corintianas, o goleiro demonstra claros sinais de que precisa ser cuidado. Não escrevi poupado.

Basta ter a sensibilidade minimamente atenta para saber como ele pode e é afetado pelos humores resultados da fase do time, da pressão da torcida e da acolhida da comissão técnica.

É assim desde sempre.

Só os dirigentes parecem não ter a mínima noção. Aliás: os dirigentes, os técnicos e os assessores de imprensa.

Mesmo com os portões fechados, os treinos blindados e os sorrisos tapados por máscaras de proteção, percebe-se que Cássio foi colocado exposto ao máximo desde a chegada de Tiago Nunes, que dizimou a única virtude do time que encontrou: o sistema defensivo. Pior: o ex-treinador corintiano forçou um goleiro excepcional a exercitar talento que ele não possui e, em vez de ajudar o clube, si mesmo e o próprio Cássio, só piorou tudo.

Nem o interino Coelho, que conhece os bastidores do clube, conseguiu dar paz.

Claro ficou que o goleiro estava à beira do descontrole na entrevista dada depois da difícil vitória sobre o Bahia.

Mas por que não esticar mais a corda, forçar a resiliência do jogador? Então os dirigentes também acharam bom colocá-lo para bater um papo com (des)organizados...

Olha, o roteiro é patético... No capítulo mais recente dessa trama de erros, temos o desabafo depois do 1 a 5 de ontem.

A entrevista carregada de emoção de Cássio precisa ser assistida e (re)assistida pelos dirigentes, comissão técnica e assessores do Corinthians.

Tenham a santa paciência e cuidem do Cássio.

Acordem.