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Marília Ruiz

Entrevista com presidenciáveis do SPFC: Júlio Casares

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22/06/2020 13h16

No final do ano serão realizadas eleições no SPFC: primeiro para renovar 100 cadeiras do Conselho Deliberativo; na sequência o colégio eleitoral de 260 conselheiros vai escolher o próximo presidente para um mandato de 3 anos.

O Blog procurou os dois candidatos que vão disputar a eleição em dezembro: Júlio Casares e Marco Aurélio Cunha.

Júlio Casares topou conversar com o Blog. Procurado e convidado, Cunha respondeu: "Não sou o candidato ainda. Trabalho por uma oposição."

A verdade é que, a não ser que o atual presidente Leco entre na campanha (o que ele não fez), é impossível distinguir situação e oposição até aqui. Tanto Casares quanto Cunha participaram de gestões da situação. Tanto Casares quanto Cunha têm apoio de situacionistas e opositores em seu "novo grupo". Mas tanto um como outro, neste momento, tentam desvincular seus nomes de uma gestão frustrante, duramente contestada pela torcida e sem resultados esportivos.

Em conversa de pouco mais de meia hora, Casares falou de forma geral de seus planos, indicou que adotaria um caminho de austeridade caso eleito, contou sobre seu projeto de "separação" do futebol e do clube social, criticou salários dos atuais gestores e rechaçou planos de reforma do Morumbi (em breve a íntegra em vídeo será aqui postada).

Segue o mais relevante:

Gestores do futebol

"Não é possível que gestores que ganham salários de três dígitos não sejam cobrados por resultados. Vamos mudar isso. Os contratos serão por produtividade. Então, caso haja sucesso esportivo, os salários podem chegar lá. O que não dá é um monte de gente ganhando bem e ficando chateado porque as coisas não dão certo. Só ficar chateado não é o suficiente."

  • Leco

"Não vou falar mal ou fazer acusações pessoais. Não é meu perfil. Mas essa última gestão não foi bem nem esportivamente, apesar de ainda haver uma chance, nem administrativamente."

  • Oposição ou situação

"Essa será uma eleição diferente. Não tem oposição raiz. Tanto eu quanto o possível outro candidato (Marco Aurélio Cunha) já passamos por gestões passadas da situação. Ele teve até cargo remunerado! Na minha chapa tem o ex-presidente José Eduardo Mesquita Pimenta, opositor, maior vencedor de títulos do clube, está na minha chapa. O Olten Ayres também é da oposição e está conosco. Mas tem também gente oriunda da situação. É um momento diferente, de união pelo clube de são-paulinos de várias chapas. Não vou entrar em campanha de provocação e de fake news."

  • Prioridades

"O mandato é curto e temos 12 bolas para chutar. Mas temos desenhado três áreas principais; o futebol; o marketing; e o financeiro. A dívida é muito grande e temos que pensar em alongá-la. Deixar vencimentos a médio e longo prazo, ter responsabilidade. Para isso o futebol precisa ter uma política de contratação diferente. Não dá para contratar para compor elenco! Para compor elenco temos a base. E se não tem na base é porque a base está errada! Temos que arrumar as contas para ter um time competitivo em 2021 e quem sabe dar um passo além em 2022."

  • Maus exemplos

"Veja o exemplo do Jucilei. Fizeram 5 anos de contrato com um jogador já em final de carreira, que não nos trouxe nem resultado esportivo nem retrono financeiro. Não dá para ser assim."

  • Morumbi

"Não adianta fazer promessas mentirosas. Não vamos reformar o Morumbi com recursos próprios em três anos. Nossa prioridade é outra. Temos que pagara conta, parar de fazer déficts milionários."

  • Muricy, Ceni e outros ídolos

"Claro que estamos falando com pessoas que estão no mercado e por isso vou manter os nomes em sigilo. Eu sou amigo e gostaria de ter o Muricy. É óbvio. Mas não conversei com ele sobre isso. Não convidei. Vale para os outros. Não vou usar esses nomes na campanha."