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Marília Ruiz

Decisão de Dória também irritou Sindicato do Atletas

18/06/2020 12h27

Não foram só os clubes e a Federação Paulista que se surpreenderam negativamente com a decisão do governador João Dória de marcar para 1 de julho a volta dos treinos nos CTs dos cubes da Série A1 do Estado. A expectativa frustrada da volta imediata às atividades também irritou os sindicatos dos atletas, o dos treinadores, o dos clubes e o dos árbitros de SP.

Ontem mesmo, representantes do Sindibol (clubes), Sapesp (atletas), Sitrefesp (treinadores), do Ministério Público do Trabalho e do MP do Estado voltaram a se reunir virtualmente para discutir a "surpresa" com o secretário de Esportes de SP, Aildo Ferreira. A pauta única: rechaçar o veto do governador para o que parecia estar acordado desde a semana anterior.

"Esperávamos o reinício imediato segundo o que estava previsto e discutido. Fomos surpreendidos pela atitude do Dória e não aceitamos a incoerência. Outras categorias profissionais voltaram às suas atividades sem a segurança e o protocolo de saúde do futebol. Vemos aglomerações em lojas e centros comerciais e não houve nenhum retrocesso nas ordens do Governo. Não deu para entender", disse Rinaldo Martorelli em entrevista ao Blog.

Presente à reunião, o secretário de Esportes paulista ouviu a reclamação dos participantes e afirmou que não tinha ingerência sobre o Centro de Contingência da Covid-19, que daria as indicações para que o governo tomasse suas medidas.

"A data para volta aos treinos é 1 de julho", reafirmou ao blog, via assessoria, Aildo Ferreira.

Mesmo que pareça não haver margem de negociação, a FPF fará uma reunião virtual com os clubes hoje às 15h* (reunião foi adiada no começo da tarde desta quinta). Martorelli, como representante dos atletas, vai participar. A ideia é discutir uma resposta à decisão de Dória e também redesenhar o calendário - a volta do campeonato estava programada para 25 de julho, mas, com o adiamento da volta aos treinos, há temor de que a preparação seja curta demais depois de mais de 100 dias de paralisação.

"Não falei com nosso pessoal que nos assessora nas questões médica e de fisiologia, mas posso dizer que o Sindicato dos Atletas não abrirá mão das 66 horas mínimas para que um jogador possa entrar em campo de novo. Podemos discutir até uma preparação de menos de 1 mês desde que sejam apresentadas outras garantias em relação à saúde dos atletas", finalizou Martorelli.

A ver se qual vai ser o resultado da nova reunião da FPF (ainda sem nova data anunciada).

A tal história de que "o futebol paulista está unido e consciente de seu papel perante à sociedade e afirma que apenas voltará às atividades quando as autoridades de saúde estadual e municipais permitirem" (parte retirada do comunicado de 4 de maio de 2020) acabou...