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Marília Ruiz

Eleição corintiana esquenta bastidor do clube

01/05/2020 11h32

Mesmo com a bola parada, o Corinthians não tem saído das manchetes.

Mas o acúmulo de notícias não tem saldo positivo. Contas atrasadas, corte de luz, problemas na Justiça, déficit milionário apontado no balanço. Em ano eleitoral, claro, também se acumulam recados da situação e da oposição. Enquanto o pré-candidato e ex-presidente Mario Gobbi (até "anteontem" apoiado e apoiador de Andrés Sanchez) parece agora se apresentar como opção da oposição, Sanchez, que deixará o cargo no final do ano e parece preparar seu diretor Duílio Monteiro Alves como sucessor.

A política corintiana, senhores, nunca foi para amadores.

Com o clube fechado, as tradicionais reuniões de conselheiros no "Senadinho", que fica na Praça do Parque São Jorge e é utilizado para reuniões de pessoas com maiores tradições e de influência no clube, migraram para os grupos de WhatsApp.

Nesta semana, por exemplo, causou espanto em conselheiros de todas as alas as declarações de Andrés Sanchez reabrindo as portas do clube para o são-paulino Alexandre Pato. O curioso, entretanto, é que o controverso atacante foi contratado por R$ 40 milhões no final de 2012. E quem era o presidente à época? Mario Gobbi.

Com o assunto Pato nas manchetes, voltou-se a se falar "da barbaridade paga por um jogador que, sete anos atrás, ganhava salário maior do que o atual teto (R$800 mil) e que ainda ganhava um auxílio-moradia (R$ 40 mil).

Não há ponto sem nó.

Se Andrés Sanchez, presidente ou não, tem sido figura presente na diretoria do Corinthians, é fato que esse acordo foi firmado por Mario Gobbi, que agora tenta apoio de antigos opositores e tenta se colocar como o candidato que vai sanear as contas do clube. Em sua pré-campanha, tem feito reuniões com dirigentes até de outros clubes para colher experiências (nesta semana fez uma reunião com o ex-presidente flamenguista Eduardo Bandeira de Mello - assunto que foi "sem querer" vazado para toda a imprensa).

Mas, como já dito, a política corintiana não é para amadores.

Há ainda outros candidatos que ainda não lançaram suas candidaturas e, por enquanto, assistem à distância o debate Gobbi x Sanchez (Duílio Monteiro Alves). Não estão descartadas composições de alas. E todas elas buscam, nos bastidores, o apoio do conselheiro Paulo Garcia, ex-candidato em outras eleições corintianas.

Garcia segue em (quase) silêncio. Por correio eletrônico e WhatsApp, Garcia encaminhou esse comunicado:

"Amigos Corinthianos,

Venho neste momento difícil para todos nós, Corinthianos e Brasileiros, manifestar minha solidariedade a todos que de alguma maneira tenham sido afetados direta ou indiretamente por essa pandemia, especialmente para meus amigos do Corinthians, nessa hora sendo todos meus eleitores ou não, de meu grupo político ou não.

Peço também que sigam as recomendações dos especialistas da área da saúde, para que todos saiamos bem dessa pandemia e possamos em um futuro próximo dar a atenção devida que nosso Corinthians merece e precisa.

Tenho neste momento ímpar, em respeito ao sofrimento que todos estão passando, recolhido em casa e procurando não me manifestar politicamente, pois não acho oportunas discussões políticas neste momento.

Peço a Deus saúde a todos sócios do Corinthians, conselheiros, diretores, adversários políticos e meus eleitores, para que todos possamos estar o mais breve possível juntos de volta ao convívio em nosso clube, e que lá que cada grupo e candidatos possam arquitetar o que de melhor cada um possa fazer para o engrandecimento de nosso clube. De minha parte tenho dedicado muito tempo em aperfeiçoar um plano de governo moderno e bem profissional, para no momento oportuno apresentar a todos. Boa noite e que Deus abençoe a todos nós!" Paulo Garcia

A eleição corintiana já começou. Atenção aos próximos lances!