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Marília Ruiz

Patrocinador de Tóquio-20 vê com cautela chance de público e cancelamento

27/04/2020 11h30

Patrocinador das Olimpíadas de 1928, a Coca Cola, pela segunda vez na história, vê os Jogos adiados por tristes eventos globais. Se em 1940 e 1944, a Olimpíada foi cancelada por causa da Segunda Guerra Mundial, desta vez a pandemia do coronavírus adiou em pelo menos um ano o maior evento esportivo do globo.

Pelo seu tamanho e pela duração de seus contratos com o Comitê Olímpico Internacional e muitos de seus atletas, o impacto da decisão não foi tão desastroso. "Foi importante para nós que o COI tenha anunciado sua decisão com antecedência para que pudéssemos segurar nossos planos e nos readaptar. Nossos projetos, em eventos grandes, começam 4 ou 5 anos antes. No nosso caso, não tivemos que mexer em contrato porque temos acordos mais longos do que o ciclo olímpico. Hoje já estamos trabalhando com Pequim-22 (Olimpíada de Inverno), Paris-24 (Olimpíada de verão) e Catar-22 (Copa do Mundo). As mudanças de curto prazo não nos afetam tanto quanto outros patrocinadores", disse ao BLOG Ricardo Fort, vice-presidente global de patrocínios da companhia.

Há quase um mês o COI anunciou que Tóquio-20 seria adiada e logo depois marcou data para o início do evento: 23 de julho de 2023. Ainda longe do fim e sem uma cura descoberta, o coronavírus ainda pode afetar a Olimpíada. Isso porque não há certeza de que haverá público nas arenas japonesas. Também não há nenhuma certeza de que a data será mantida.

"Realmente é uma situação imprevisível. Trabalhamos com a data do ano que vem firmemente. Mas, pela natureza do problema que estamos vivendo, não dá para ter certeza. Como as pessoas vão estar se sentindo, como vai estar a cabeça do público daqui a um ano depois de tudo que estamos passando? Essa é uma preocupação. Para os patrocinadores globais, a quantidade de pessoas nas arenas é menos relevante do que para os patrocinadores locais. Claro que é mais agradável, cria uma atmosfera diferente! Mas a quantidade de pessoas no estádio é pequena. Se isso não acontecer (ausência de público nas arenas), ainda teremos a capacidade de fazer o que estava planejado. A maioria das pessoas vai acompanhar a Olimpíada pela TV", finalizou o executivo.