Futebol: a omissão custará muito caro
Criticar a inatividade e a omissão dos dirigentes e das federações é comum e justo.
Mas e o "resto" do mundo do futebol? Está hibernando?
Vou continuar apontando o dedo para quem poderia fazer com a facilidade de possuir os meios para tal, mas jogadores, técnicos e clubes precisam acordar.
Além do desafio do papel higiênico e das postagens sobre o BBB, algum jogador de futebol está preocupado com os impactos da paralisação dos torneios sem data para voltar? Ou só vão fazer beicinho quando e se forem anunciadas medidas de corte de salários, direitos de imagens e afins? Jogadores exercem papel de ídolos e referências: podem e devem participar mais desse processo. Jogadores de sucesso representam nem 10% da categoria: o que vocês pensam em fazer pelos seus companheiros de profissão: propor embaixadinhas com a carteira de trabalho?
Os clubes, mesmo amarrados à dívidas financeiras e de "gratidão", aqueles que sempre reclamam do tratamento de federações, do calendário, do VAR contra e das arbitragens "tendenciosas": o que têm feito esse pessoal (aliás, parte desse pessoal - maioria segue hibernando) além de debater direitos trabalhistas de atletas e funcionários?
Estamos perdendo uma ótima oportunidade de criar lideranças positivas, gente que poderia liderar a mudança que será necessária no calendário, na nossa legislação! Profissionais especializados (que hoje habitam o segundo escalão da bola) precisam usar suas habilidades para melhorar o futebol.
Esqueçam recuperar o tempo perdido. Esqueçam recuperar o DINHEIRO perdido.
2020 será um ano de perdas para todo mundo. Quando o futebol voltar terá que lidar com um país mergulhado em uma crise financeira sem precedentes: as contas terão que fechar de outra maneira! As contas não tendem a voltar à normalidade: cairão cotas de bilheteria, de sócio-torcedor, de patrocínios, de pay-per-view, de patrocínio.
Acordem, senhores.
A cada dia de inatividade vocês só pioram as situações dos clubes, dos atletas, do nosso futebol. Montem uma equipe "multipartidária", criem modelos, discutam opções e, como está na moda, PROPONHAM o jogo.
Esperar as atitudes de federações e CBF para jogar no contra-ataque não é a melhor tática.
Ajam como se o adversário estivesse ganhando por 2 a 0: abram a mente, montem estratégias e corram atrás.
Perdido o ano já está...
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