COP 30: por que o esporte não entra em campo na proteção do planeta?
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Na próxima segunda-feira, começa a COP 30, a conferência do clima que vai reunir líderes do mundo inteiro para discutir o futuro do planeta. O tema é urgente, e o esporte não pode mais se manter na arquibancada dessa discussão.
A política ESG - que reúne compromissos ambientais, sociais e de governança - deixou de ser uma tendência corporativa para se tornar um imperativo ético e econômico. É a base de um novo contrato social entre empresas, governos e cidadãos. Não se trata apenas de proteger o meio ambiente, mas de repensar a forma como produzimos, consumimos e nos relacionamos. Quem ignora essa agenda compromete não apenas o planeta, mas também sua própria viabilidade no futuro.
O esporte, com sua capacidade única de mobilização e influência, tem papel estratégico nesse cenário. É um setor que movimenta bilhões, atravessa fronteiras e fala a uma audiência global. Por isso, deveria ser protagonista na adoção de políticas ESG, não apenas como discurso, mas como prática concreta de gestão responsável.
Nos últimos anos, FIFA e Comitê Olímpico Internacional começaram a incorporar o tema em seus grandes eventos. A FIFA adotou compromissos climáticos e lançou sua Política de Direitos Humanos, elaborada por John Ruggie com base nos Princípios Orientadores da ONU sobre Empresas e Direitos Humanos. O COI, por sua vez, definiu metas de neutralidade de carbono até 2030, exigindo dos Jogos Olímpicos um legado ambiental e social mensurável.
No Brasil, surgem bons sinais. O Parazão Sustentável, promovido pela Federação Paraense de Futebol, já aplica ações de compensação de carbono e campanhas de conscientização. O Atlético Mineiro inseriu a sustentabilidade em seu planejamento estratégico e passou a medir suas emissões e impactos. São avanços importantes , mas ainda tímidos diante da dimensão e da responsabilidade do esporte que o esporte pode assumir com o mundo.
Mas ainda é pouco.
O que temos hoje são ações pontuais, mais ligadas à imagem do que a uma política estruturada. ESG, no entanto, não é marketing — é gestão. E o esporte, como setor econômico que movimenta bilhões, precisa entender que sua responsabilidade vai além dos resultados em campo.
Como avançar?
Uma verdadeira política ESG no esporte deveria nascer de um compromisso institucional, com métricas claras, auditoria externa e transparência. O caminho é o mesmo trilhado por empresas e fundos de investimento: adoção de padrões reconhecidos internacionalmente, metas mensuráveis e prestação pública de contas.
Uma proposta concreta seria a criação de um certificado de responsabilidade ambiental e social para clubes, emitido por uma certificadora independente e credenciada. Esse selo representaria mais do que um símbolo: seria uma marca de compromisso com práticas sustentáveis, governança responsável e respeito a direitos humanos. Poderia ser exigido em competições, valorizado em contratos de patrocínio e reconhecido por torcedores como sinônimo de integridade.
O esporte tem poder para liderar mudanças. Pode influenciar gerações, transformar territórios e inspirar políticas públicas. Ajudar a salvar gerações. Mas, para isso, precisa agir. O discurso ESG já entrou em campo, agora é hora de jogar para valer.
A COP está aí. Uma oportunidade já passou.
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