Final de estadual tem briga de jogador com torcida e ameaça de dirigente
Ler resumo da notícia
O volante Jorge Jímenez, da Chapecoense, agrediu torcedores do Avaí que comemoravam o título do Campeonato Catarinense, neste sábado (22), no gramado da Ressacada.
O jogador paraguaio da Chapecoense chutou um torcedor e deu uma voadora nas costas de outro. Ele ainda deu um pontapé no indivíduo que ficou caído. As agressões foram registradas por pessoas que estavam no estádio e divulgadas nas redes sociais.
Jiménez não gostou das provocações dos torcedores enquanto deixava o gramado após o apito final. O homem que levou a voadora estava fazendo gestos obscenos, segurando em seu órgão genital, em direção à arquibancada ocupada pelos torcedores da Chapecoense.
Jogador pode ser punido pela Justiça Desportiva? Sim!
Agora, Jímenez pode ser denunciado pelo Tribunal de Justiça Desportiva de Santa Catarina (TJD-SC). Segundo especialistas, o jogador pode ser punido pela agressão aos torcedores.
"A conduta praticada pelo jogador pode ser enquadrada no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) que prevê pena de suspensão de uma a seis partidas para aquele que, por exclusão, 'assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras'", entende o advogado desportivo Carlos Ramalho.
"Não é por demais lembrar que o atleta se submete ao CBJD nos termos do art. 1º, § 1º, inciso IV do referido código, o que atrai para si a necessidade de observância ao princípio do espirito esportivo, também conhecido como fair play (art. 2º, Inciso XVIII do CBJD), o que torna a conduta antidesportiva praticada ainda mais reprovável", acrescenta.
Já o advogado Milton Jordão avalia que Jímenez pode ser enquadrado no artigo 254-A do CBJD.
"O caso revela uma gravidade, afinal, tem-se uma agressão física praticada por atleta contra um torcedor. A princípio, isso seria um obstáculo para se firmar a competência da Justiça Desportiva. Todavia, considerando que a 'partida' ainda estava em curso, segundo o art. 282, § 3º, do CBJD (posto que os participantes não haviam saído dos limites da praça esportiva), é crível que o atleta seja denunciado pela prática do artigo 254-A (praticar agressão física durante a partida, prova ou equivalente), do Código, podendo ser suspenso de 4 a 12 partidas", analisa o especialista em direito desportivo.
Chapecoense se manifesta
Em nota, a Chapecoense informou que Jiménez está "arrependido com a conduta" e disposto a "aprender com esse episódio e evitar qualquer situação semelhante no futuro".
"Acerca dos ocorridos após a partida contra o Avaí, a Chapecoense vem a público a fim de afirmar que não compactua com nenhum tipo de violência ou agressão. Ciente dos fatos, o clube prontamente procurou o atleta, que se mostrou arrependido pela conduta. Desde o ocorrido, o mesmo tem refletido sobre suas ações e entende que reações impulsivas não condizem com a responsabilidade que carrega como profissional do futebol. Ele reforçou seu compromisso em aprender com esse episódio e evitar qualquer situação semelhante no futuro", diz um trecho do comunicado.
No mesmo pronunciamento, o clube voltou a mostrar indignação com a arbitragem da final, que chamou de "tendenciosa", e que a situação causou revolta em jogadores, comissão técnica e staff do clube.
"A Chapecoense lamenta que a partida tenha sido marcada por uma arbitragem claramente tendenciosa, eivada de vícios, que condicionou o resultado prejudicando o clube de forma clara e cristalina mais uma vez. Esta situação causou revolta em todos os profissionais diretamente prejudicados, até mesmo pelas repetições dos erros do primeiro jogo com clara influência do VAR de forma absurda no resultado final. Situação essa que havia sido alertada diretamente ao presidente da Federação e o mesmo absolutamente nada fez", diz outro trecho da nota.
"Por fim, o clube também expressa a sua indignação pelo fato de que, mais uma vez, tenham ocorrido invasões deliberadas dos torcedores da equipe adversária, causando confusão e colocando em risco a integridade de atletas, comissão, staff e de todos os demais torcedores", finaliza o comunicado.
Final marcada por pênalti polêmico
A final do Campeonato Catarinense ficou marcada por polêmica em marcação de pênalti e expulsões. O árbitro Gustavo Ervino Bauermann marcou penalidade a favor do Avaí após revisão no VAR (árbitro de vídeo).
A decisão do juiz gerou uma revolta no time da Chapecoense, e Giovanni Augusto e o próprio Jiménez levaram cartão vermelho. A Polícia Militar foi acionada para conter a confusão.
O Avaí converteu a cobrança, empatou por 1 a 1 e se sagrou campeão. O jogo de ida havia terminado 2 a 2, mas o Avaí levava vantagem por ter melhor campanha e levantou seu 19º troféu do Estadual.
Revoltado com a atuação da equipe de arbitragem na decisão, o presidente da Chapecoense, Alex Passos, disparou que o time foi roubado e subiu o tom. O dirigente recusou as medalhas de vice-campeão e ameaçou mudar para a Federação Gaúcha de Futebol (FGF).
Nos siga nas redes sociais: @leiemcampo
Seja especialista estudando com renomados profissionais, experientes e atuantes na indústria do esporte, e que representam diversos players que compõem o setor: Pós-graduação Lei em Campo/Verbo em Direito Desportivo - Inscreva-se!
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.