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F1: pilotos se posicionam na crise, e dão exemplo para atletas brasileiros

24/05/2020 12h56

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O recado foi dado: "Não iremos a países onde a crise sanitária seja tão grave que não haja capacidade suficiente no seu sistema de saúde", disse neste domingo Alex Wurz, representante dos pilotos da F1. Já a NBA estuda como terminar a temporada, com os atletas participando das discussões. Bem diferente do que acontece no Brasil, onde os atletas continuam assistindo ao que Estado, entidades esportivas, clubes e políticos decidem sobre eles.

A Fórmula 1 vai evitar países com sistemas de saúde frágeis ou insuficientes para fazer frente à pandemia ao novo coronavírus, foi o que garantiu o austríaco Alex Wurz. A temporada 2020 ainda não começou por conta da crise de saúde pública provocada pela pandemia A ideia é começar o ano com o GP da Áustria, no dia 5 de julho.

"Sei que temos plena capacidade. Na Áustria tivemos sorte, os casos foram poucos e, quanto ao tratamento médico, instalações hospitalares e unidade de emergência em torno do circuito não há problema", assinalou Wurz em entrevista a Sky Sports.

Na Áustria, morreram 640 pessoas das 16.430 confirmadas como infetadas, e há 15.063 casos recuperados.

Já a NBA também segue analisando cenários para retomar a temporada. E o porta-voz da Liga, Mike Base, confirmou neste sábado em entrevista para a imprensa que existe a possibilidade da fase final ficar concentrada em um único lugar, e esse seria o Walt Disney World Resort, na Flórida.

Já há conversas sobre isso, entre Liga, grupo Disney e atletas. Aliás, todas as possibilidades têm sido analisadas e discutidas ouvindo Chris Paul, o presidente da Associação dos Atletas (NBPA).

A ideia é retomar a temporada na segunda metade de julho. A bola está parada desde o dia 11 de março.

E no Brasil?

Por aqui, nem sequer sobre o PL 2125, do deputado Arthur Maia (DEM-BA), que fala do Profut, mas retira direitos dos atletas, eles foram ouvidos. Na volta do futebol, governos conversam com autoridades de saúde, entidades esportivas, e clubes. E nada da participação do atleta, o protagonista do jogo e aquele mais vulnerável aos problemas de saúde que a volta do esporte poderia trazer.

É verdade que de maneira organizada, se viu um movimento coletivo raro entre os atletas, com eles se posicionando pelas redes sociais e com cartas contra o Projeto de Lei. Mas é fundamental, além disso, exigir um lugar nessa mesa de negociações. Como também é importante colocar o maior número de atletas nas discussões. Afinal, quanto mais plural, mais representativa será essa participação.

Claro que clubes precisam de socorro. Claro que as entidades esportivas precisam trabalhar e planejar a volta do esporte (com segurança). Mas, me parece claro, que também está faltando a participação de alguém importante nesse cenário.

A união é sempre indispensável na proteção de direitos, e na luta por melhores condições de vida de uma categoria, e para proteção da saúde dos trabalhadores. Isso é histórico. E em momentos de crise, ela se torna indispensável.

Que os atletas se juntem nesse grande diálogo com a CBF, federações, clubes e governo. Os protagonistas do esporte também têm voz. E ela precisa ser ouvida.

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