Mundial do Palmeiras: Torcida gigantesca, desempenho fraco em campo

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O Mundial do Palmeiras teve algumas fotos bonitas, mas o filme não foi legal. Das fotos bonitas, quase todas relacionadas à torcida verde. As imagens dentro do estádio e, principalmente, a invasão da Times Square, em Nova York, entram para a história. Já o time...
O Palmeiras chegou nas quartas de final da Copa do Mundo. É uma foto. Mas e o filme? Vamos lá. Empate contra o Porto que pareceu legal, mas depois vimos a lama em que estava o Porto. Pareceu um jogão contra um europeu, mas não era bem assim. Vitória sobre o Al Ahly, do Egito. OK. Não foi brilhante, mas fez o necessário. Depois, veio o drama contra o time de aposentados do Inter Miami. Pareceu uma foto bonita, a da superação. Mas sequer deveria ter chegado ao ponto que chegou. Enfim, o mata-mata.
Vitória contra um Botafogo que não jogou bola. Tanto que o técnico foi sumariamente demitido pela covardia em campo. O Palmeiras foi melhor, mas não foi também uma exibição - aliás, foi um jogo tenebroso de assistir. E é um jogo doméstico, não tem simbologia mundial alguma. E nas quartas de final, contra o Chelsea, ficou evidenciada uma inferioridade que, na real, não deveria sequer existir. Já vimos o Chelsea apanhar do Flamengo nesse mesmo campeonato, não é esse timaço todo, não está na primeira prateleira europeia. E é o clube mais divorciado do torneio, reclamando de tudo, dando a impressão de que preferia estar logo em casa. Não é mérito algum ter jogado meia hora bem contra o Chelsea.
O Botafogo teve um momento histórico ao ganhar do PSG, campeão da Europa, quebrando 13 anos de jejum de equipes brasileiras. O Flamengo veio na sequência dando um baile no Chelsea e fazendo um jogo contra o Bayern que foi melhor do que o do Palmeiras contra os ingleses - e era um adversário consideravelmente melhor. E o Fluminense está onde está, dispensa comentários. O Palmeiras fez o Mundial com menos brilho entre os quatro, ainda que tenha chegado mais longe do que dois deles.
Classificação e jogos
O que realmente fez a epopeia palmeirense parecer maior do que efetivamente foi? A torcida.
A torcida pintou de verde todas as cidades por onde o Palmeiras passou. A invasão da Times Square, repito, está na história - talvez uma versão verde da invasão corintiana de 1976, que também acabaria sem o grande prêmio no final do campeonato. Foi a maior média de público entre os brasileiros na Copa do Mundo. A torcida do Palmeiras mostrou-se, no mínimo, tão grande quanto a do Flamengo.
Porque uma coisa é simpatizante, é público consumidor à distância. E isso o Flamengo tem mais do que qualquer um no Brasil, os números mostram e as finanças rubro-negras são potencializadas por esta realidade. Outra coisa é a quantidade de torcedor que efetivamente vai atrás do clube, veste a camisa e respira os resultados, feitos, alegrias e tristezas do time para valer. E a torcida do Palmeiras foi a maior, mais relevante entre todos os clubes brasileiros no Mundial dos Estados Unidos.
Essa é a foto mais bonita. Foi um Mundial em que a torcida foi maior e melhor que o time.
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