Julio Gomes

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Após janela 'calma', Real Madrid é quem mais pode crescer no Super Mundial

A Fifa promoveu uma janela de transferências de 1º a 10 de junho pensando somente no Mundial de Clubes, abrindo possibilidades para agremiações que vão disputar o torneio contratarem de forma excepcional. A expectativa era a chegada de uma superestrela ao torneio, tipo Cristiano Ronaldo ou Neymar. A realidade? Nada disso aconteceu. A maior de todas as transferências até agora sequer envolveu clubes do Mundial, foi a contratação de Matheus Cunha pelo Manchester United junto ao Wolverhampton. Os clubes ingleses, por sinal, já movimentaram R$ 3 bilhões na minijanela.

O Real Madrid foi quem melhor aproveitou a janela. Não porque está pensando exclusivamente no Mundial, mas já vai aproveitar o ensejo - até porque não ganhou nada na temporada. Depois de um ano horroroso defensivamente e com jogadores bastante discutíveis em campo, o Real fortaleceu o setor defensivo. Trouxe Trent Alexander-Arnold, lateral direito histórico do Liverpool, e pagou 60 milhões de euros ao Bournemouth pelo zagueiro Huijsen, que já está atuando na seleção espanhola, apesar dos 20 anos.

São caras que mudam, de fato, o status da linha de trás - do meio para frente, sobra talento. Além disso, chega também Xabi Alonso, um técnico que fez trabalho espetacular no Bayer Leverkusen e dará ares e ideais novas a um clube que já estava estagnado com Carlo Ancelotti.

Entre os ingleses, Manchester City e Chelsea gastaram, mas não em jogadores que mudam o status. Guardiola foi buscar dois franco-argelinos para tentar acabar bem uma temporada tenebrosa. Ait-Nouri, lateral esquerdo que joga pela Argélia, veio do Wolverhampton, enquanto Cherki, que defende a França, é um ponta direita que chega do Lyon - ambos custaram na casa de 36 milhões de euros. O Chelsea, que só terá Estêvão após o Mundial, trouxe Delap, atacante do Ipswich, Essugo, meia do Sporting, e Sarr, do Strasbourg, zagueiro francês (e origem senegalesa) de só 19 anos.

Os melhores clubes da Inglaterra são Liverpool e Arsenal. É uma boa notícia para os adversários que tenham vindo da Premier o terceiro e o quarto colocado.

Os outros europeus também fizeram contratações discretas. O Porto foi buscar o jovem meia espanhol Gabri Veiga no futebol saudita, o Bayern contratou o zagueiro Jonathan Tah (ex-Leverkusen), o Borussia Dortmund aposta no irmão mais novo de Bellingham, Jobe, de 19 anos. A Inter de Milão perdeu o técnico, Simone Inzaghi, que foi para o Al-Hilal, e trouxe Luis Henrique, ex-Botafogo (o penúltimo, que saiu em 2023), do Marselha por 23 milhões de euros. Contratou também o jovem volante croata Susic, do Dinamo de Zagreb.

O PSG chega com status de campeão da Europa, mas sem contratações e com pernas cansadas. O Atlético de Madrid tampouco se reforçou. São os dois times do grupo do Botafogo.

E justamente o Botafogo me parece ser quem melhor se reforçou entre os sul-americanos. Perdeu Igor Jesus, mas trouxe para o ataque Arthur Cabral, do Benfica, e Joaquín Correa, da Inter, além do jovem meia argentino Montoro, 18, do Vélez, e do zagueiro Kaio, campeão russo com o Krasnodar. Tem que ver se Renato Paiva consegue encontrar a química a tempo. Se passar da fase de grupos, o Botafogo vira um claro candidato a algo grande.

O Flamengo aposta em Jorginho para meio de campo, o Fluminense tentou Neymar, mas acabou com Soteldo, e o Palmeiras já havia contratado bem para o início da temporada e ficou como está.

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Clubes com potencial financeiro, como o Al-Hilal, os mexicanos Pachuca e Monterrey ou os americanos Inter Miami, Los Angeles FC e Seattle não se movimentaram de forma relevante no mercado - o que não deixa de ser boa notícia para os brasileiros.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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