Julio Gomes

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Brasil joga com 2 a menos, o verdadeiro problema seguirá com Ancelotti

O Brasil não tem um camisa 10 e faz tempo. Isso explica por que o país vive refém de Neymar há 15 anos. Mas muitos times conseguem se virar sem um camisa 10 raiz no futebol de hoje em dia. Faz-se isso usando bons pontas e bons meio-campistas, bons camisas 8 que percorrem o espaço todo e tenham bom passe. O grande problema mesmo, o maior de todos, não é não ter um camisa 10. O verdadeiro problema é que a seleção joga com dois a menos: os laterais.

E a má notícia é que o problema seguirá com Carlo Ancelotti, como vimos ontem, contra o Equador. O italiano não joga com três zagueiros nem que a vaca tussa, sempre foi um adepto da linha de 4. Assim como Tite, Diniz e Dorival. Todos eles insistiram, Ancelotti insistirá, e o Brasil continuará com o mesmo pepino. Um monte de laterais fracos, seja pela direita, seja pela esquerda.

Vocês reparam como parece que o Brasil joga com gente a menos quando está em campo em busca do gol? É um time espaçado. Falta gente na área, falta gente na armação, faltam aproximações, associações. Estêvão parecia sempre isolado, Vini Jr parecia sempre isolado. É porque estavam! Tinham sempre dois, três, quatro caras atrás deles. Onde estavam os laterais? E, se estivessem minimamente presentes no ataque, ajudariam em alguma coisa?

Para o jogo contra o Paraguai, terça, vai entrar Raphinha no time. E vai sair quem? Vai tirar atacante? Vai tirar meio-campista, tirar jogador de um setor que já pareceu tão vazio? A resposta é muito simples. Raphinha tem que entrar no lugar de um lateral. E que entre outro zagueiro ou volante no lugar do outro lateral.

Eu sei que não vai acontecer. Mas não posso deixar de insistir com a crítica. Infelizmente, Ancelotti não é um criativo e não tem muito tempo de trabalho. Só resta rezar para, quando a Copa chegar, baixar nos laterais da vez o espírito dos grandes do passado.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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