Julio Gomes

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ReportagemEsporte

Al Ittihad é campeão saudita em título da 'redenção' de Benzema e companhia

O Al Ittihad conquistou nesta quinta-feira o décimo título saudita de sua história. O time de Jeddah venceu o Al Raed, já rebaixado, por 3 a 1, com gols do holandês Bergwijn, do português Danilo Pereira e do local Alobud. Com isso, chegou a 77 pontos, os mesmos que podem ser alcançados pelo Al Hilal, que soma 68 e ainda tem três jogos a fazer - mas o primeiro critério de desempate na Liga Saudita é o confronto direto, e o Ittihad leva vantagem sobre o Hilal por ter vencido o jogo do returno por 4 a 1, após uma derrota por 3 a 1 no turno.

O Al Hilal, que estará no Mundial de Clubes da Fifa, segue sendo o maior campeão do país, com 19 conquistas. O Ittihad, agora com 10, deixa para trás o Al Nasr (9). O Hilal começou a temporada como grande favorito a repetir o título do ano passado, que foi o primeiro da "nova era" do futebol saudita, com pesados investimentos do governo.

Quando os dois times se enfrentaram no turno e o Hilal venceu com sobras, a impressão era de que a história seria a mesma. Mas o Al Ittihad mostrou que ficaria na briga pelo título, principalmente quando as equipes se enfrentaram pela Copa do Rei Saudita, em janeiro. O duelo foi muito mais equilibrado, acabou empatado e o Ittihad passou nos pênaltis - ainda fará a final da Copa, podendo vencer os dois títulos mais importantes do país. Naquela partida de janeiro, Mitrovic, o atacante sérvio do Hilal, saiu machucado, o que fez muita diferença para Jorge Jesus - que na mesma semana anunciaria que Neymar não seria inscrito na Liga, gerando a saída do brasileiro. O português também já não está mais no clube, foi demitido em abril. Foi na virada do turno, em janeiro, que o Ittihad assumiu a liderança do campeonato para não mais perder. A goleada por 4 a 1 sobre o Hilal, em fevereiro, mostrou de vez como os papéis haviam se invertido.

É uma conquista que marca a redenção de jogadores como Benzema, Kanté, Danilo e o brasileiro Fabinho. Uma turma que foi contratada a peso de ouro, mas que decepcionou no primeiro ano de Arábia Saudita. Na temporada passada, o Ittihad, então detentor do título (o último da, digamos, "velha era"), acabou em quinto lugar no campeonato, fez um pífio Mundial de Clubes em dezembro de 23 e teve dois técnicos demitidos - Nuno Espírito Santo e Marcelo Gallardo.

Para a atual temporada, o Ittihad resgatou o treinador Laurent Blanc, que estava esquecido e sem mercado entre grandes clubes da Europa. Contratou também quatro jogadores que foram importantes na Liga Saudita: Diaby, que veio do Aston Villa por 60 milhões de euros, foi um parceiro espetacular para Benzema, apesar de ter perdido algumas semanas lesionado; Bergwijn chegou do Ajax e, pela decisão tomada, foi afastado por Koeman da seleção holandesa; Aouar, meia argelino chegou da Roma; e o goleiro sérvio Rajkovic veio do Mallorca.

Com os reforços e uma espécie de conexão francesa capitaneada por Blanc, Benzema voltou a apresentar um futebol de altíssimo nível, fazendo gols e criando jogadas para os companheiros. Com 37 anos, ele acaba o campeonato com 21 gols marcados - como está machucado, não deve jogar as duas partidas finais, sendo reservado para a final da Copa do Rei Saudita, dentro de duas semanas.

No meio de campo, Kanté e Fabinho acabaram se transformando na dupla de volantes que todos esperavam. Firmes, com ótima saída de bola, passes curtos e longos e chegada na área. Fabinho fez uma temporada impressionante e levanta sua primeira taça em solo saudita.

Reportagem

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