Julio Gomes

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De eliminado a finalista: PSG escreve História com H maiúsculo na Champions

No dia 22 de janeiro de 2025, por volta das 17h10, hora de Brasília, o Paris Saint-Germain estava eliminado da Liga dos Campeões da Europa. O time virou o ano, após seis rodadas da fase de liga, na 25a posição, com apenas 7 pontos. E perdia em casa para o Manchester City por 2 a 0. Aquele cenário deixaria o PSG fora, mesmo que vencesse o último jogo, na semana seguinte.

Aos 11min do segundo tempo daquela noite fria e chuvosa em Paris, tudo começou a mudar como em um passe de mágica.

Ousmane Dembélé, um jogador que desperta paixão e desprezo, que alterna momentos brilhantes com outros pífios, havia passado a primeira metade da temporada entrando e saindo do time. Desde o início da temporada, em 2024, havia disputado só cinco jogos inteiros e tinha nove gols. Mas tomou alguma champagne incrível na virada de ano. Depois de ser enquadrado pelo técnico, o cara voltou uma máquina. Fez três gols e jogou duas partidas inteiras, mas ainda assim ficou no banco de reservas naquela partida contra o City. Só entrou no intervalo.

Foi o pé direito de Dembélé, que é ambidestro, diga-se, que começou a reação no Parque dos Príncipes. Depois, vieram os gols de Barcola, João Neves e Gonçalo Ramos, a virada por 4 a 2 sobre o Manchester City e o alívio na Champions League. Em 2025, Dembélé fez 26 gols em 28 jogos. Virou DemPelé.

Estou aqui falando dele, mas o fato é que aquela vitória foi a virada de chave para o time todo. Muitos jogadores cresceram, e a chegada de Kvaratskhelia, do Napoli, mudou o status do ataque. Donnarumma transformou-se em um goleiro de primeiríssimo nível e, depois das atuações nas semifinais contra o Arsenal, pode e deve ser colocado ali entre os três melhores do mundo.

Eu já andei falando por aqui sobre como Luis Enrique conseguiu transformar o catado de primas donnas, que era o que era o PSG, em um time de espírito coletivo e que joga futebol de verdade. No mata-mata, o PSG massacrou o Brest, massacrou o Liverpool (só não ganhou com mais facilidade por causa de Alisson), depois passou certo sufoco contra o Aston Villa e, agora, eliminou com autoridade o ótimo, mas talvez ainda cru, time do Arsenal. Bateu três times de Premier League, incluindo os dois primeiros colocados. Não é pouca coisa.

O Paris será favorito na final contra a Inter de Milão? Possivelmente não. A Inter passou de Bayern e Barcelona, "só" isso, e também tem uma linda história para contar no torneio. Tem jogadores, tem técnico, tem tradição, tem tudo para ganhar. É uma final Imprevisível.

Mas a história do PSG, uma história de redenção e construção, está com toda a pinta de que vai acabar bem.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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