Julio Gomes

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OpiniãoEsporte

Vitor Roque é golaço do Palmeiras e mostra que calma é melhor que pressa

O torcedor esquentadinho do Palmeiras vai achar que quem contratou Vitor Roque para o clube foi ele. "Se não pressionar na arquibancada, a diretoria não faz nada", dirão alguns. Eu costumo chamar de torcedorcentrismo. Eles acham mesmo que tudo gira em torno deles.

Sim, o Palmeiras perdeu jogadores. Sim, ainda precisa de algumas peças para o elenco ficar mais completo. Isso porque estamos colocando como parâmetro o Flamengo e querer ganhar tudo na temporada. Porque, se olhar para o resto da companhia, já é brincadeira o que Abel Ferreira, o papai dos reclamões, tem em mãos.

Aliás, um parênteses. Dia desses, Abel disse para os torcedores do Palmeiras não ouvirem o que se fala na imprensa, que o Palmeiras tem "menos força" do que outros clubes na mídia, bla, bla, bla. Abel é muito esperto. Ele captou perfeitamente esse vitimismo que se instaurou em parte da torcida verde ao longo dos anos. Mal sabe ele (ou na verdade sabe?) que é justamente a "imprensa palestrina" a que foi mais crítica com a campanha do Palmeiras no Paulistão e a possibilidade do que eles chamaram de "vexame", em caso de desclassificação. Não é torcedor de outro clube travestido de jornalista que tentou instaurar uma crise de relacionamentos no Palmeiras. Isso é coisa da torcida mesmo.

Aqui neste espaço ou em minha outra tribuna, no Bandsports, eu sempre disse que estávamos em pré-temporada. Que o plano do Palmeiras tinha sentido. E que era necessário esperar a estreia de Paulinho e movimentações certeiras da diretoria. Não adianta contratar por contratar. É necessário investir em jogadores que façam sentido para a instituição. Futebol é negócio, a paixão fica para as arquibancadas - ou, nos dias de hoje, microfones.

Era melhor ouvir a chiadeira e sair gastando em jogadores discutíveis, como Andreas Pereira? Ou fazer um negócio muito mais certeiro, como é o caso de Vitor Roque? O que fez falta para o Palmeiras nos últimos anos? Gols. Jogadores de ataque de confiança, de garantias. Pois aí estão, Paulinho e Vitor Roque. Um de 24 anos e outro de 19. Jogadores de nível de seleção brasileira, que podem perfeitamente chegar à Copa do Mundo, com potencial de futuro e até de revenda.

O Palmeiras construiu orçamento com uma base extremamente bem gerenciada por João Paulo Sampaio, vendeu bem e comprou bem. É assim que se faz no futebol. Não com gritaria, mas com competência. Tem que ter calma e objetividade, é muito melhor do que fazer as coisas com a pressa que rege os humores no futebol.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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