Palmeiras fez plano correto no Paulista! Não tem vexame nem vergonha
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O calendário do futebol brasileiro já é ruim. Em 2025, ainda pior. A culpa é da CBF de Ednaldo Rodrigues, que resolveu esgarçar ainda mais os Estaduais, obrigando-os a começar mais cedo, achatando as competições e criando umas cinco intertemporadas ao longo do ano. O calendário é feito de meses insanos, de um jogo atrás do outro, e de outros longos períodos sem jogos. É bizarro. 'É tão mal feito que é difícil achar adjetivos.
Os times pequenos, que jogam só Estaduais, não tiveram tempo para montar elenco, poucos atletas querem contratos de dois meses e fecham as portas já em fevereiro. É um negócio realmente difícil de adjetivar. Aliás, alguém já conhece os calendários das Séries C e D? E regulamento? Pois é...
O Palmeiras, neste cenário, fez o certo. Não havia tempo algum para pré-temporada. Pois então, usa-se o Paulista como pré-temporada. Fazer o quê? É sempre uma decisão institucional. Qual o plano da Sociedade Esportiva Palmeiras para 2025? Ser tetracampeão paulista ou disputar um Mundial da Fifa nas melhores condições possíveis? Ser tetracampeão paulista ou aumentar as chances no Brasileiro e na Libertadores? Respostas fáceis.
Usou as cinco primeiras rodadas para mesclar o time. Naturalmente, os resultados flutuaram. A partir da sexta rodada, passou a usar mais vezes o time titular. A partir daí, ganhou três jogos e empatou três. Dois dos empates foram clássicos e um deles foi o resultado anormal e super criticável, o 1 a 1 com o Água Santa. Foram cinco vitórias, cinco empates e uma derrota. Tudo muito natural para um time que voltou de férias há um mês e meio e que tem mais nove meses e meio de jogos (todos eles mais importantes) pela frente.
Classificação e jogos
Mas a torcida faz protesto de silêncio. Xinga Abel. Xinga Leila. E uma parte apaixonada da mídia usa palavras como vexame e vergonha para classificar a possível eliminação no Paulista. Uma eliminação que pode ainda não acontecer, diga-se. Mas, mesmo que aconteça, terá sido totalmente acidental. Não é normal que dois times de Série C do futebol brasileiro façam a campanha que fizeram - me refiro, claro, a São Bernardo e Ponte Preta. O normal seria o Palmeiras entrar, assim como entrarão São Paulo e Santos, mesmo com menos pontos e muito menos planejamento e futebol.
Desde que o formato atual foi adotado pela Federação Paulista foi adotado, em 2017, sabem quantos times chegaram a 20 pontos e não passaram para as quartas de final? Só um. Foi o São Bernardo no ano passado, que fez 21 pontos e ficou atrás de São Paulo e Novorizontino, com 22. Ninguém chamou de vexame. Pelo contrário, ao final do campeonato, o técnico Márcio Zanardi era cotado para voos maiores. Fora este caso do São Bernardo, sempre os 20 pontos que o Palmeiras tem hoje foram suficientes para a classificação.
Não tem vexame. Não tem vergonha. O que tem é gente querendo tripudiar. E gente querendo lacrar.
O Palmeiras poderia ter um elenco mais farto, considerando as vendas que fez e a saída de jogadores? Poderia, sim. Ainda pode. Aí que está. Ainda pode. Tem uma semana de janela e ainda tem o período que se abre em junho. Futebol não se faz com o fígado. O dinheiro dos clubes não pode ser mais rasgado, como sempre foi. É impressionante que passemos dos pedidos de responsabilidade para os pedidos de irresponsabilidade em um estalar de dedos, por causa de um tropeço ou uma eliminação.
De repente, o errado vira certo. E o certo vira errado. Muda-se o conceito em função da cor da camisa. Não dá!
O planejamento de Abel para a pré-temporada valendo pontos foi correto. A campanha do Palmeiras no Paulista foi honesta, para lá de aceitável. Se não entrar e não der para ganhar o tetra, paciência. Não tem vexame nem vergonha. O que tem é muita bobagem emocionada sendo falada por aí.
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