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Julio Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

De Riquelme a Rulli: Villarreal volta a ser afundado por um vilão argentino

Geronimo Rulli disputa a bola com Mohamed Salah na partida entre Liverpool e Villarreal pela Champions League - David S. Bustamante/Soccrates/Getty Images
Geronimo Rulli disputa a bola com Mohamed Salah na partida entre Liverpool e Villarreal pela Champions League Imagem: David S. Bustamante/Soccrates/Getty Images

03/05/2022 17h52

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Lá se foram 16 anos desde que Juan Román Riquelme perdeu aquele pênalti no finalzinho do jogo. O pênalti que daria ao Villarreal a chance da inacreditável vaga em uma final europeia. Na maior final europeia de todos, a da Champions League. O fantasma de Riquelme rondou o estádio El Madrigal, que hoje se chama "De La Cerámica", por muito tempo. O Arsenal foi à decisão europeia de 2006, perderia para o Barcelona, de Ronaldinho Gaúcho, em Paris.

Quis a história que a decisão mais importante do futebol de clubes voltasse ao Stade de France, 16 anos depois. E quis a história que o Villarreal ficasse novamente a um passo dela. De novo, de forma dramática. De novo, contra um inglês. De novo, com um vilão argentino. O Villarreal acabou derrotado por 3 a 2 e deu adeus ao sonho da decisão continental.

Gerónimo Rulli, 29 anos, nascido em La Plata, levou dois gols no meio das canetas e ainda saiu de forma estabanada, bem longe da área, no lance que gerou o terceiro. O Villarreal precisava de um milagre, devolver a derrota por 2 a 0 sofrida para o poderoso Liverpool, semana passada. Em apenas um tempo, já vencia por 2 a 0 no Madrigal. Uma atuação inesquecível, épica, com cheiro de História com H maiúsculo.

No intervalo, Klopp tentou ajeitar um perdido Liverpool com a entrada de Luis Díaz, o colombiano, no lugar de Diogo Jota. De fato, o time melhorou muito e passou a pressionar. Mas o que teria sido do duelo, não fossem as falhas de Rulli? Nunca saberemos. Engoliu um frango no meio das pernas em um chute nem tão forte de Fabinho. Minutos depois, levou outra no meio das pernas, mas aí sim em um cabeceio à queima-roupa, de Díaz.

Já com a eliminatória decidida, Rulli saiu como "vaca louca" em um lance de contra ataque do Liverpool, foi driblado por Mané e levou o 2-3. Fim de sonho, novamente contra um inglês, novamente com um argentino fazendo lambança. O fantasma de Riquelme está exorcizado. Já arrumaram outro para os próximos 16 anos.

O Liverpool era o melhor time e fez por merecer a vaga. Mas um "thank you" para Rulli faria justiça ao duelo. O submarino voltou a afundar.