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Gomes: Barcelona é a maior história do futebol mundial em 2021
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Em um ano ainda pandêmico, ainda que muitos se esqueçam disso, o futebol proporcionou boas histórias. A volta da torcida aos estádios provou como o público influencia nos resultados - os mandantes voltaram a mandar, os visitantes voltaram a ter resultados piores. Os campeões, claro, chamam sempre a atenção.
O Chelsea ganhou a Europa, apesar de exatamente um ano atrás, no Réveillon de 2020 para 2021, ainda ter outro técnico - e não Thomas Tuchel. Guardiola reconquistou a Premier, Simeone fez outro milagre na Espanha, a Inter desbancou a Juventus, o Lille surpreendeu o mundo ao destronar o PSG na França. Por aqui, o Palmeiras ganhou duas Libertadores em um ano, o Atlético quebrou o jejum de 50 anos para conquistar a primeira tríplice coroa. São ótimas histórias.
Mas nenhuma história é maior em 2021 do que a queda de um gigante: o Barcelona.
Os 8 a 2 para o Bayern, na bolha de Lisboa, em agosto de 2020, pareciam ser o fundo do poço. Mas ainda estava longe disso, era só o começo do iceberg aparecendo, enquanto o Titanic já tinha batido nele a todo vapor, por baixo d'água. O Barcelona teve a chance de ser campeão espanhol, mas desperdiçou perdendo jogos ridículos na reta final. Depois, o maior dos golpes: Messi se foi. E se foi de maneira bizarra, mesmo aceitando ganhar um salário bem menor.
Griezmann se mandou de graça para um rival direto, só para que o Barça não tivesse mais que pagar salário. Chegou Daniel Alves! E vejam só. Chegou porque ganha salário mínimo, quem paga para que Dani volte a atuar pelo Barça é, na verdade, o São Paulo. Veio Aguero! Que já se aposentou. Os nomes falados para chegar ao clube nas próximas janelas são de provocar risos, motivos de piadas e memes nos WhatsApps da vida.
O Barça foi eliminado da fase de grupos da Liga dos Campeões pela primeira vez em duas décadas - derrotado por um Benfica em crise, tanto que já demitiu Jorge Jesus. Vira o ano em sétimo em La Liga, a 18 pontos do Real Madrid. Já rifou um grande ídolo do clube, Ronald Koeman, e agora arrisca rifar outro - Xavi não tem pinta de milagreiro.
É um clube que vai servir de exemplo para todos, na Europa e no Brasil, de como a má gestão pode simplesmente enterrar um projeto esportivo. O Barcelona é o clube do século 21 (até agora). O clube de Ronaldinho, o clube de Messi, multicampeão, apaixonante. O Barça internacionalizou a marca de forma avassaladora e se transformou em sinônimo de bom futebol. Um efeito parecido ao gerado pela seleção brasileira no século passado. É por aí, o Barça substituiu o Brasil no imaginário popular mundo afora.
Quem joga lá hoje? Alguns veteranos sem condições, tipo Piqué, ou ganhando uma fábula - sem topar renegociar. Alguns péssimos negócios, tipo Coutinho ou Dembélé. E alguns jovens que a imprensa catalã tenta nos convencer de que são brilhantes, magníficos, e em questões de meses alçarão o clube de volta ao topo. É um elenco que não passaria nem perto de ganhar o Brasileirão.
E sem muitas perspectivas. São contratos vultosos, longos, difíceis de desfazer. Ninguém está muito a fim de fazer caridade por lá, não.
A queda vertiginosa do clube mais ganhador da Europa no século é a grande notícia de 2021. E que vai se alongar por sabe-se lá quanto tempo. O Barça vai virar um Milan? Vai se levantar rápido? Que manobras financeiras serão feitas? Os capítulos de 2022 e da década ainda estão por ser escritos.
Feliz 2022 e muito obrigado pela companhia por aqui!
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