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Julio Gomes

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Bruno Henrique destrói o São Paulo e dá enorme choque de realidade

25/07/2021 17h58

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O São Paulo até que fez um primeiro tempo honesto. Aproveitou-se do erro de Rodrigo Caio para fazer 1 a 0 na sequência, em cobrança de escanteio. Parecia que iria gerar mais um desgosto ao Flamengo, depois de tantos na temporada passada. Tudo estava bem até os 24min do segundo tempo.

Mas aí veio o choque de realidade. O Flamengo é um time, talvez o único no Brasil, que pode te ganhar um jogo de qualquer maneira. Na pressão, no jogo coletivo ou nas individualidades. O domingo foi o dia de Bruno Henrique, que, quase dois anos depois, voltou a marcar três na mesma partida.

Na verdade, ele fez quatro. Mas o primeiro foi corretamente invalidado pelo toque no braço. Vale lembrar este lance porque ele já mostrava como o Flamengo não havia sentido o gol e reagiu, indo para cima.

O trabalho de Renato é muito recente, mas é possível notar, sim, um traço daquele Flamengo de Jorge Jesus: o instinto assassino. Um time que atua durante alguns momentos como um rolo compressor, sem dar chances aos adversários.

Parece que o gol do São Paulo ligou o Flamengo na tomada. O volume ofensivo gerou um erro atrás do outro por parte da defesa, e a virada era questão de tempo. Em sete minutos, Bruno Henrique fez três gols e resolveu a partida. Depois, saiu o quarto. Nos acréscimos, o quinto. Placar final: 5 a 1.

O clássico foi um choque de realidade para muita gente. Para os adversários do Flamengo, que já podem notar como o atual bicampeão está mais forte do que nunca com Renato Gaúcho - que fez sua estreia no Maracanã em grande estilo. O Flamengo volta a ser o time a ser batido no futebol brasileiro, apesar da liderança do Palmeiras e da boa sequência do Atlético-MG.

E foi um choque de realidade para o São Paulo, que ainda joga com desfalques. Parecia que a vitória consistente sobre o Racing mudaria muitas coisas. É duro poucos dias depois de uma bela classificação levar uma chapuletada de cinco, desta maneira. O Brasileirão já era para o São Paulo, campeonato rifado pela priorização total ao Paulista, que gerou lesões e o início ruim na competição nacional.

Sobram as Copas, Libertadores e Copa do Brasil. Não é pouca coisa. Mas engana-se quem pensa que o São Paulo atingiu em algum momento de 2021 o nível dos melhores do país.