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Julio Gomes

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

PSG monta Dream Team, mas o maior desafio é gerar futebol coletivo

Donnarumma posa com camisa do PSG - Divulgação/PSG
Donnarumma posa com camisa do PSG Imagem: Divulgação/PSG

15/07/2021 13h34

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Nas últimas temporadas, as análises em torno do PSG passaram muito pelo seguinte diagnóstico: um time com duas super estrelas mundias e um monte de perebas em volta.

É claro que é um diagnóstico equivocado. No mínimo, exagerado. Sempre houve muitos bons jogadores no elenco do PSG, para além de Neymar e Mbappé. Mas é fato que havia carências em muitas posições. A falta de laterais e meio-campistas sólidos era nítida. Não eram times ruins, mas eram, sim, times capengas no todo.

Agora, em plena pandemia e tempos de contenção de custos, o Paris resolveu retomar o trono francês e, principalmente, ganhar a Europa. Chegou à final em 2020 e, em 21, passou por Barcelona e pelo poderoso Bayern antes de cair diante do Manchester City. Nos dois casos, faltaram jogadores.

E o plano agora é ir para cima. Falta lateral-direito? Então o Paris foi buscar Hakimi, destaque da temporada campeã da Inter de Milão, por 60 milhões de euros. E tenta tirar Theo Hernádez do Milan para a esquerda. Falta liderança? Toma um Sergio Ramos. Que tal? Falta consistência no meio? Vamos então buscar Wijnaldum. Falta goleiro? Não, não falta. Mas o pobre Navas talvez nunca vá ser visto como o goleiro de segurança que é. E o Paris assinou com Donnarumma, o MVP da Eurocopa. Estes três vieram de graça, mas com salários altos.

Agora, olhar somente para a falta de companheiros para Neymar e Mbappé seria tirar os olhos para o que considero o maior desafio de todos: criar, fomentar, viver o jogo coletivo. É assim que se ganha campeonato, não apenas com estrelas. O futebol sempre foi coletivo, mas hoje em dia não há mais espaço para vencer de outra forma.

Mauricio Pochettino não poderá reclamar da falta de material humano. Dado o cenário ideal, está sendo dado um "Dream Team" nas mãos dele. Não veio Messi, é verdade, mas isso pode até ser bom. O técnico já tem dois craques na frente, o desafio dele agora é encontrar o encaixe que tire o melhor destas peças todas. Juntas.