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Julio Gomes

Entre favoritos, Real Madrid tem o grupo mais 'chato' na Champions League

Vinicius Junior comemora gol do Real Madrid contra o Real Valladolid - REUTERS/Sergio Perez
Vinicius Junior comemora gol do Real Madrid contra o Real Valladolid Imagem: REUTERS/Sergio Perez

01/10/2020 14h29

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Grupos da morte? Não há. A fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa é cada vez mais previsível - já disse isso outras vezes. Os grandes europeus são cada vez maiores, o abismo só cresce e a Uefa adotou uma postura de priorizar a presença times campeões nacionais no torneio - mesmo que de países periféricos -, em vez de tantos segundos, terceiros e quartos das principais ligas.

Dito isso, o Real Madrid pode ser apontado como o único grandão do continente que pode - eu disse PODE, não disse que VAI - ter problemas na fase classificatória da Champions. O grupo B tem, além do Real, a Internazionale de Milão, o Shakhtar Donetsk e o Borussia Moenchengladbach, da Alemanha.

Independente do time, quando há representantes das principais ligas (Espanha, Itália e Alemanha), sempre há um nível superior. A Inter de Milão, finalista da última Europa League e postulante a destronar a Juventus na Itália, tem um time bom, competitivo e é favorita a passar de fase junto com o Real.

Mas convém não menosprezar o Gladbach, apesar do início claudicante de Bundesliga. E nem o Shakhtar, um time acostumado a jogar na Europa e que sempre tira pontos aqui e ali dos teóricos favoritos.

É claro que o Real tem a obrigação histórica e orçamentária de passar, mas o time de Zidane não é tão ponta firme quanto parece quando vemos o escudo estampado na camisa branca. Ainda é uma transição, ainda é uma reconstrução, ainda há tropeços. Eu confio muito mais no Real Madrid na hora H, em uma mata-mata, do que em uma fase de grupos em começo de temporada e com estádios vazios.

No grupo A, Bayern de Munique e Atlético de Madrid são ultrafavoritos para passar - contra Red Bull Salzburg e Lokomotiv Moscou.

No grupo C, o Manchester City vai passar com sobras e a segunda vaga será disputada por Porto e Olympique de Marselha, do técnico português André Villas Boas (ex-Porto). O Olympiacos corre por fora.

O grupo D é tranquilo para o Liverpool e precisamos considerar a Atalanta favorita para a segunda vaga, dado que o time manteve a base e já está fazendo quatro gols por rodada na Itália. Que máquina! O Ajax tem mais camisa, mas bem menos futebol que a Atalanta. E o Midtjylland, da Dinamarca, é debutante na competição - aliás, precisamos arrumar um apelido para esse time... sei lá, o Mid, por exemplo.

O grupo E tem outro debutante, o Krasnodar russo, que meio que herdou essa vaga devido ao fracasso do Benfica, de Jorge Jesus, na pré-Champions. É um grupo em que Chelsea e Sevilla são destacados favoritos e o quarto participante é o Rennes, da França.

No grupo F, talvez o mais fraco, Borussia Dortmund e Lazio são os teóricos favoritos, mas Zenit e Brugge podem fazer alguma graça.

O grupo G tem Juventus e Barcelona com o favoritismo, com o aguardado duelo entre Messi e Cristiano Ronaldo para a definição do primeiro lugar. Não dá para imaginar um deles sendo eliminado por Dynamo Kiev ou Ferencvaros.

E o grupo H tem o Paris Saint-Germain, finalista da Europa, como grande favorito. Cabe ao Manchester United se virar para ficar com a segunda vaga, pois o grupo tem também o RB Leipzig, semifinalista da última Champions. O quarto time é o Istambul Basaksehir.

Podemos dizer que o Paris tem um grupo mais difícil do que o do Real Madrid?

Bem, os dois adversários diretos são bons, mas a diferença aqui está mesmo entre os gigantes. O Paris é mais time que o Real, tem Neymar, tem Mbappé, tem muito jogador bom. Por isso, não acredito que tenha problemas.

Não vejo o Paris não sendo primeiro no grupo. O Real, sim, eu vejo atrás da Inter, por exemplo. É o máximo de emoção que teremos na fase de grupos. A Champions, cada vez, é uma competição tipo NBA: jogos protocolares que antecedem o mata-mata que tanto amamos.