Topo

Julio Gomes

Tiago Nunes se auto condenou antes mesmo de assumir

Tiago Nunes foi demitido pelo Corinthians nesta sexta - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Tiago Nunes foi demitido pelo Corinthians nesta sexta Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

12/09/2020 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Tiago Nunes caiu. Uma queda anunciada. Anunciada antes mesmo de ele assumir o comando do Corinthians. Falei aqui no blog, então não posso ser acusado de profeta de obra pronta. Nunca concordei com a decisão de ser contratado no ano passado, mas só pegar no batente em 2020.

Nunca devemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje, já diz o sábio ditado. Tiago precisava descansar após o período de Athlético-PR? Bem, já pode descansar agora. Vida de técnico no Brasil, por sinal, é cheia destes períodos de "descanso".

O treinador tinha a chance de, no ano passado, conhecer o clube, o elenco, as relações, que jogadores poderiam dar mais ou menos para ele. E tinha quase nada a perder em termos de classificação final no Brasileiro. Podia ter mais base, por exemplo, para dispensar nomes históricos do clube, como Ralf e Jádson (e, talvez, outros).

Começa 2020 na fogueira, com Pré-Libertadores para jogar. Aí vem a pandemia e a distância forçada, com meses de dúvidas e sem chances para correções ou inovações. Ainda ganha uma sobrevida com o milagroso quase título do Paulista, mas era apenas isso, sobrevida.

Tiago Nunes não teve, no Corinthians, um elenco com as características que ele gosta. Tampouco teve a capacidade de se adaptar ou reinventar - e isso é mais difícil mesmo para treinadores novos, sem aquelas costas largas, em clube gigantescos. Não há tempo para testes, todos os movimentos são vistos e submetidos rapidamente às reações - justas ou injustas - de imprensa e público.

Na carreira de técnico de futebol, principalmente no Brasil, tempo é um bem valioso demais para ser desperdiçado.