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Julio Gomes

Neymar e mais 10: sem Mbappé, a primeira prova como protagonista absoluto

Neymar e Mbappé em campo, uma imagem que não veremos contra o Lyon - Franck Fife/AFP
Neymar e Mbappé em campo, uma imagem que não veremos contra o Lyon Imagem: Franck Fife/AFP

31/07/2020 04h00

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Neymar queria ser protagonista. Pois chegou a hora. Sem Messi, sem Suárez, sem Cavani, sem Mbappé. A partir de agora, na reta final da temporada europeia, é Neymar e mais 10 na tentativa de levar o Paris Saint-Germain ao topo.

Sem Campeonato Francês para jogar (ou melhor, treinar), o Paris só teria dois jogos oficiais antes dos confrontos eliminatórios na Champions League. Um, a final da Copa da França, vencida contra o Saint-Étienne. O outro, hoje, a partir das 16h10 (Brasília), a final da Copa da Liga da França, contra o Lyon.

Na primeira final, o PSG ganhou o jogo, mas perdeu Mbappé, machucado. O superastro francês está fora da decisão de hoje e da partida contra a Atalanta, no dia 12 de agosto, em Lisboa, pelas quartas de final da Champions. Talvez, no que os franceses já chamam de "milagre", possa voltar para eventuais semifinal e final.

A vida sem Mbappé passa pelo debate de quem o substituirá e que alterações de sistema o técnico alemão Thomas Tuchel pode fazer. Mas, essencialmente, a vida sem Mbappé é uma vida em que Neymar precisa resolver as coisas, sem compartilhamento de responsabilidades.

É cada vez mais um tudo ou nada. Se o Paris ganhar a Europa, Neymar será o rei. Se não ganhar, terá perdido possivelmente a última chance de ser coroado.

Ele deixou o Barcelona, na maior transação da história, para sair da sombra de Messi. Só não contava com o surgimento tão rápido de outra estrela mundial no novo clube, dividindo atenções, contratos e holofotes. Rivais no marketing, parceiros no campo. É óbvio que a ausência de Mbappé é prejudicial coletivamente para o time, que fica mais fraco sem ele. Sem um jogador assim, crescem atribuições aos que ficam, mas nada comparável ao aumento de responsabilidade de Neymar, que perde seu melhor sócio em campo.

Ainda que o estilo de jogo do Lyon nada tenha a ver com o estilo da Atalanta (praticamente ninguém tem), é a última chance para Tuchel fazer ajustes e entender o que esperar do time sem Mbappé. Di María (que está suspenso do jogo contra a Atalanta) deve se aproximar de Icardi no ataque, o meio de campo terá um homem a mais e caberá a Neymar a construção do jogo todo do Paris. Do lado de lá, olho em Bruno Guimarães, que faz uma ótima primeira temporada na França.

O Lyon também está vivo na Europa e tem, na final de hoje, a única partida oficial a fazer antes de defender o 1 a 0 construído contra a Juventus, ainda pelas oitavas de final (volta em Turim, na sexta que vem). São dois times de olho na Champions, mas dois times de olho em encontrar o melhor ritmo antes de duelos contra equipes italianas que vêm jogando a liga doméstica.

A Copa da Liga da França, o torneio menos importante da temporada, ganha, assim, uma tremenda importância.

A final marca também um duelo entre diretores esportivos brasileiros: Leonardo, do PSG, e Juninho, do Lyon. Dois craques quando jogavam, duas cabeças brilhantes, mas pessoas com posicionamentos muito diferentes e que chegaram a trocar farpas via imprensa nesta temporada.