Alma do futebol, público não tem importância para transmissão da Fórmula 1
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É claro que a bilheteria deve importar para o orçamento geral, especialmente para os organizadores de corridas. E também a interação dos patrocinadores com um público consumidor AAA. Sei disso tudo. Estou falando especificamente sobre o evento Fórmula 1 para a televisão, que é como a esmagadora maioria das pessoas acompanham a categoria.
Para o que vemos na TV, o público importa pouco. Quase nada. É pura decoração. O GP austríaco, o primeiro desta temporada tão estranha, vencido por Valteri Bottas, mostrou isso perfeitamente.
Que diferença fez para a corrida a existência ou não de pûblico nas arquibancadas?
(Aliás, foi uma corridaça, principalmente nas voltas finais. Uma pena a punição injusta que tirou Hamilton do pódio e fez o inglês acabar em quarto, em vez de segundo lugar).
Podemos nos lembrar de poucas vezes, ao longo da história da F-1, em que o público foi notícia. Vamos nos lembrar da invasão da pista de Interlagos na vitória de Senna em 93, das vaias ao pódio Schumacher-Barrichello na própria Áustria em 2002, de alguns momentos lindos em Monza, mas pouco mais. Em alguns raros GPs, como o de Mônaco, o público é parte integrante do cenário televisivo. E olhe lá, porque em Mônaco o pessoal dos iates chama mais a atenção.
Neste lindo circuito austríaco, eu diria que as florestas são um cenário mais legal do que o público.
É o contrário do futebol, em que o público é a alma do negócio. O futebol com estádios vazios é uma coisa triste, notável, deprimente até, não dá para fingir que a competição segue seu ritmo normal, porque não segue. Há uma interferência no destino das competições devido à ausência de torcedores.
No futebol, a torcida é quase tudo. Na F-1, pelo menos a F-1 da TV, não é quase nada.
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