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Julio Gomes

Barça quer pagar caro por zagueiro que não teve um minuto no São Paulo

Diego Carlos (esq.) comemora gol do Sevilla em jogo contra Mallorca - Jaime Reina/AFP
Diego Carlos (esq.) comemora gol do Sevilla em jogo contra Mallorca Imagem: Jaime Reina/AFP

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A imprensa catalã garante: o Barcelona vai abrir o cofre para contratar Diego Carlos, zagueiro do Sevilla. É um dos objetivos principais para a próxima temporada, e o adversário do Barça para levar o brasileiro é simplesmente o Liverpool, virtual campeão inglês e atual campeão europeu.

Mas quem é o tal Diego Carlos?

É o enésimo caso de jogador que faz sucesso na Europa praticamente sem passar pelo Brasil. Assim como Éderson, hoje goleiro titular do Manchester City e constantemente chamado por Tite, Diego Carlos passou por Cotia. Não teve chances no time de cima do São Paulo e acabou indo parar em Portugal. De lá, para a França e, agora, o ápice aos 27 anos, com a camisa do Sevilla.

Não tem jeito, é uma lógica que simplesmente não vai mudar. Se o cara mostra serviço em alguma grande liga europeia, o mercado se escancara para ele - muito mais do que se mostrar serviço em um grande brasileiro. Diego Carlos chegou ao Sevilla há um ano, por 15 milhões de euros, faz uma grande temporada e agora é pretendido por Barça e Liverpool.

A cláusula é de 75 milhões de euros. O Barça não pretende pagar tudo isso, até porque não se sabe o que será do mercado quando for superada a pandemia do coronavírus. A ideia é incluir Rakitic no negócio - o croata voltaria o clube de onde saiu para defender o Barcelona. Isso tudo, claro, considerando que a atual direção do clube se manterá no cargo, apesar da crise política interna.

Diego Carlos era jogador do Desportivo Brasil e chegou a ser emprestado para o São Paulo em 2013. Subiu ao time principal com Ney Franco em maio, mas o treinador seria demitido em julho. No elenco, havia zagueiros como Lúcio, Rafael Tolói, Edson Silva e Rhodolfo, além dos emergentes Rodrigo Caio e Lucão.

Sem espaço e sem um minuto sequer com a camisa são-paulina, acabou passando por Paulista de Jundiaí e Madureira, sem sucesso, antes de ser transferido para o Estoril, de Portugal. Foi imediatamente emprestado para o Porto-B, onde, finalmente, teve minutos, já na temporada 14/15. Dois anos depois, partiu para defender o Nantes, da França. Lá, ficou três temporadas, passou nas mãos de quatro técnicos, inclusive Cláudio Ranieri, amadureceu, consolidou-se como titular e despertou o interesse do Sevilla - um clube com incrível olhar para jogadores desconhecidos, que acabam rendendo muito dinheiro ao clube.

O zagueiro brasileiro é forte no jogo aéreo e é bom em lançamentos longos e cobranças de faltas. A fraqueza de seu jogo está na alta quantidade de faltas que comete e no uso exagerado do braço em disputas, até mesmo na área - com o VAR hoje em dia, esse estilo vai complicar muitos zagueiros.

A gozação no vestiário do Sevilla é o porte físico avantajado. Ao final das partidas, Diego costuma tirar a camisa e exibir a musculatura definida - alguns colegas brincam e pedem para ele não fazer mais isso, para não humilhá-los. Na Espanha, alguns o chamam de "incrível Hulk".

Em uma entrevista recente ao diário espanhol "Marca", Diego foi questionado sobre quem seria, para ele, o "zagueiro perfeito". A resposta? "Diego Carlos". Confiança, portanto, não falta.

Errata: este conteúdo foi atualizado
O nome do técnico que comandou Diego no Nantes é Claudio Ranieri.