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Julio Gomes

Palmeiras faz ajustes e tem seu melhor jogo com Luxemburgo

Vanderlei Luxemburgo, técnico do Palmeiras, durante o jogo entre Palmeiras e Guaraní, do Paraguai - Bruno Ulivieri/AGIF
Vanderlei Luxemburgo, técnico do Palmeiras, durante o jogo entre Palmeiras e Guaraní, do Paraguai Imagem: Bruno Ulivieri/AGIF

10/03/2020 23h26

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Resumo da notícia

  • Palmeiras faz jogo consistente na defesa, com linhas mais juntas
  • Linha de quatro atacantes funciona, com trocas de posições e movimentação
  • Vitória sobre o Guaraní foi o melhor jogo com Luxemburgo e deixa boas notícias

O Palmeiras fez nesta terça-feira seu melhor jogo desde o retorno de Vanderlei Luxemburgo ao comando técnico. Muito além do resultado, os 3 a 1 sobre o Guaraní, do Paraguai, o torcedor palmeirense deve ficar animado porque o time mostrou consistência em todos os setores, mostrou-se à altura da ocasião e mostrou que trabalhou para corrigir os erros de uma semana para a outra.

Na partida de primeira rodada, vitória contra o Tigre, da segunda divisão argentina, o Palmeiras correu riscos demais. Ganhou porque enfrentava um adversário frágil, mas deixou espaços imensos no meio de campo e foi lento na fase ofensiva.

Contra o Guaraní, tudo foi bem diferente. Não era um jogo fácil. O Guaraní, que eliminou o Corinthians na fase prévia, tem um sistema tático sólido e um time que sabe amarrar o jogo, incomodar, enfim, trabalha bem com as armas que tem.

E assim o fez contra o Palmeiras, tentando levar a vantagem fisicamente e na imposição. Mas o time de Luxemburgo esteve à altura, na medida certa. Sem cair na pilha, mas sem se intimidar.

Taticamente, as linhas de defesa e meio estiveram muito mais próximas, diminuindo o campo para o adversário e fazendo com que a saída de jogo fluísse melhor, com mais passes e menos lançamentos longos. Marcos Rocha em muitos momentos se transformou em um meio-campista a mais, compondo a linha de passe com Felipe Melo e Bruno Henrique, deixando o corredor direito para Dudu.

O posicionamento de Dudu foi bem interessante. Ele teve a liberdade para ocupar o lado direito, mas também se movimentou pelo meio - não jogou só assim, mas também assim, e aí o ganho técnico existe para o time. Dudu não pode "apenas" um 10, mas pode, sim, ser um 10 em várias porções de uma partida.

Em muitos momentos, Luiz Adriano, o destaque da noite, também voltou para armar o jogo, "à la Firmino". Roni também, William também. Aos olhos de alguns, isso pode parecer um sistema caótico. Não tem caos se tem comprometimento, atenção e concentração.

Cabe aos jogadores, em campo, entender qual é o momento de quem ir para qual lado. Treinos, tempo e entrosamento são necessários para que esses automatismos funcionem.

Dudu deu passe de gol vindo pelo meio, Roni fez o mesmo. Aliás, Roni jogou pela ponta, mas também caiu pelo meio (para perder gol). Dudu atuou pela direita, pela esquerda, pelo meio. Isso é o que fazem times modernos, trocas de posição e movimentação.

Defensivamente, o Palmeiras, com as linhas mais juntas e os laterais um pouquinho mais presos, não deu chances ao Guaraní.

Foi um jogo consistente e que consolida a formação titular encontrada por Luxemburgo. Como venho dizendo, para o Palmeiras a temporada é longa. O desafio palmeirense é conseguir se colocar à altura para disputar os títulos mais importantes com o Flamengo, e não só ganhar o próximo jogo ou o Estadual. A vitória desta terça é um bom sinal para o caminho que Luxemburgo tenta construir.