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Julio Gomes

Volpi e Cássio garantem o 0 a 0 em um bom clássico no Morumbi

Cássio durante o clássico São Paulo e Corinthians, no Morumbi - Alan Morici/AGIF
Cássio durante o clássico São Paulo e Corinthians, no Morumbi Imagem: Alan Morici/AGIF

15/02/2020 20h57

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Resumo da notícia

  • São Paulo joga melhor no primeiro tempo, Corinthians no segundo
  • Melhores chances de cada time param nos goleiros
  • Jogo foi bom, futebol brasileiro precisa de técnicos como Nunes e Diniz

São Paulo e Corinthians ficaram no 0 a 0 neste sábado, no Morumbi, mas, apesar do placar, vimos um bom jogo de futebol - ainda mais para dois times que voltaram há apenas um mês e pouco das férias.

As grandes figuras foram Thiago Volpi e Cássio, cada um com duas grandes defesas. Dos jogadores de linha, gostei muito de Tchê Tchê, pelo São Paulo, e Fágner, pelo Corinthians. E o árbitro, que claramente é ruim, perdoou um possível pênalti de Camacho em Igor Gomes nos instantes finais.

O primeiro tempo teve superioridade são-paulina, mas com boas chances para o Corinthians no final. No segundo tempo, o Corinthians foi melhor, mas foi o São Paulo que teve duas bolas para ganhar a partida. No fim, o empate foi justo.

Para Tiago Nunes, após a eliminação de quarta, é um inegável alívio. Para Diniz, os tempos continuarão difíceis - será assim para qualquer um, até que o São Paulo, afinal, consiga ganhar algo.

Nos primeiros 30 minutos, o São Paulo foi dono absoluto do jogo. Com grandes atuações de Tchê Tchê e Hernanes, dominou o meio de campo, jogou e não deixou Cantillo e Camacho jogarem.

Com a marcação lá em cima, o São Paulo não deixava o Corinthians sair de seu campo de defesa. Com os times de Tiago Nunes também não vivem de chutão, o Corinthians tentava sair jogando, mas não conseguia.

Com os desarmes no campo de ataque, o São Paulo já recuperava a bola perto do gol de Cássio e chegou a finalizar um punhado de vezes. A melhor chance, o gol que não se perde, foi com Hernanes. Ele recebeu um lindo passe de calcanhar de Pablo e, de frente para o gol, deveria ter finalizado de primeira. Deu um toque a mais e permitiu o bloqueio de Camacho.

A partir dos 35min, a pressão são-paulina diminuiu, o Corinthians conseguiu adiantar suas linhas e acionar Fágner seguidamente - Reinaldo não conseguiu acompanhar e não teve ajudas. Entre os 40min e os 47min, o Corinthians conseguiu criar cinco chances de gol. O apito final do primeiro tempo foi um alívio para o São Paulo.

No segundo tempo, os papéis se inverteram. O Corinthians voltou melhor, com mais posse de bola, seguidamente conectando Fágner pela direita. E foi o São Paulo quem criou as duas grandes chances de gol, uma com Reinaldo e outra com Pato.

As críticas a Pato serão fortíssimas, pois, no fim das contas, o atacante teve uma chance cara a cara com o goleiro, sem ninguém para atrapalhar. A finalização foi firme, a bola ia no cantinho. Eu prefiro dar méritos a Cássio, que fez um daqueles tantos milagres que estamos habituados a ver. Foi uma defesa gigantesca.

A partir dos 20min do segundo tempo, o jogo caiu. O Corinthians mostrou o cansaço que naturalmente viria - é um time com um mês de treinos apenas e que na quarta-feira disputava uma partida intensa contra o Guaraní, sendo eliminado da Libertadores.

Diniz fez algumas trocas, mas o São Paulo nunca conseguiu aproveitar a vantagem física. Continuou sofrendo do lado esquerdo, por onde jogou Pedrinho, que entrou bem no segundo tempo.

Juanfran tem sido muito criticado nas redes sociais. É ruim no ataque? É. Sempre foi, aliás, no próprio Atlético de Madrid. Mas nada aconteceu no lado direito da defesa do São Paulo. Já Reinaldo ataca bem? Ataca. Mas todas as jogadas do Corinthians saíram pelo lado dele. São laterais de naturezas diferentes, cabe a Diniz equilibrar o time para respeitar isso.

No fim, técnico xingado. E assim seguirá a vida para Diniz. Eu, se fosse torcedor são-paulino, pouparia o técnico, que faz bom trabalho, e xingaria Cássio, o árbitro e a zica.

O futebol é brasileiro é melhor com times grandes comandados por gente como Nunes e Diniz.