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Julio Gomes

Super Bowl marca o nascimento de uma nova superestrela no futebol americano

Patrick Mahomes em ação contra o Indianapolis Colts - Peter Aiken/Getty Images/AFP
Patrick Mahomes em ação contra o Indianapolis Colts Imagem: Peter Aiken/Getty Images/AFP

03/02/2020 00h18

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Resumo da notícia

  • San Francisco, um time mais completo, fazia um jogo perfeito no Super Bowl
  • Mas Kansas City tinha o melhor jogador, e Mahomes decretou a virada histórica
  • Os Chiefs são campeões pela primeira vez em 50 anos

Cada vez menos gente assiste a um jogo de futebol americano sem entender nada aqui no Brasil. O interesse pelo esporte só cresce e, talvez, a explicação passe por um jogo como o deste domingo. O Super Bowl 54, a final do futebol americano temporada 2019, foi um jogo inesquecível, com todos os elementos possíveis. A vitória de Kansas City sobre San Francisco evidenciou o dinamismo do jogo. Na NFL, as coisas mudam em um estalar de dedos.

San Francisco era o melhor time da final. Ótimo ataque, excelente defesa, que estava engolindo o adversário durante três quartos do jogo. Mas, do outro lado, estava o melhor jogador. O tal Patrick Mahomes, quarterback de apenas 24 anos de idade, em sua terceira temporada na liga.

Na primeira temporada, em 2017, Mahomes esquentou banco e aprendeu. Pelo jeito, prestou atenção. Porque, em 2018, virou titular e já foi eleito MVP (melhor jogador) da liga na temporada regular. E, em 2019, com os playoffs disputados agora em 2020, leva os Chiefs ao primeiro título de Super Bowl em 50 anos.

Mahomes já era uma estrela. Mas nunca se sabe, vai que era coisa de só um ano...

Agora, já é uma lenda. Conquista seu primeiro título, e nada indica que será o único. O Super Bowl marca o nascimento da próxima superestrela da liga.

Os Chiefs são aquela franquia simpática, que sempre bate na trave, mas nunca leva. Tem um estádio com grande ambiente, torcida fanática, cidade média do interior e que vive para o time. Mas sempre faltava algo. Faltava Mahomes.

San Francisco, uma franquia já com vários títulos na bagagem, ganhou consistência ao longo do ano. Com um técnico jovem e agressivo, um draft bem feito e uma tabela amigável na primeira metade da temporada, ganhou corpo e confiança. Quando chegaram os duelos mais difíceis e os playoffs, o time mostrou que estava à altura.

No Super Bowl, a linha defensiva infernizou Mahomes durante três quartos. O quarterback era pressionado em todas as jogadas, Kansas perdia por 20 a 10 e parecia não saber mais o que fazer. Até que veio A jogada. Contra as cordas, quando tudo parecia perdido, Mahomes encontrou um passe espetacular de 44 jardas para Hill. A partir dali, o momento do jogo mudou completamente.

Os 49ers, que faziam a partida perfeita, falharam em duas ou três jogadas defensivas. Falharam justamente porque seres humanos falham quando, do outro lado, está um extraterrestre. A pressão de parar o imparável te faz duvidar... e errar.

Mahomes levou os Chiefs à terceira virada seguida nos playoffs, com 21 pontos no último período, decretando a vitória por 31 a 20.

Quem viu, viu. Tom Brady logo se vai. Mas a NFL já encontrou sua próxima superestrela.