Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Messi e Cristiano Ronaldo, aguentem mais um pouquinho, tá?
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A conversa corre solta por aí.
Messi e Cristiano Ronaldo não dão mais no couro? Chegaram ao fim?
Já eram...
Vamos com calma, torcida brasileira.
Eles não são mais os mesmos! Claro, a idade pesa; Messi, 34, e Cristiano, 37. Mas usando o chavão, vamos lá: quem já foi rei, nunca perde a majestade, não é mesmo?
"A bola não se despede do craque, assim sem mais nem menos. Sem dó nem piedade. Dá um tempo, o tempo que ele precisa para se retirar. Se a bola pune, a bola também ama e adora ser bem tratada e acariciada por gente fora de série, pelos gênios do esporte bretão. A bola, como nós, sente falta do craque e não quer vê-los longe, não.
Por agora, CR7 não tem perspectiva alvissareira. E terá poucas chances de brilhar neste ano se Portugal não passar por Turquia e, possivelmente, pela Itália, para garantir vaga na Copa do Catar. Restaria lutar bravamente para o Manchester ficar entre os quatro na Premier League e voltar a Champions. Tarefa difícil! O United anda meio capenga e o Arsenal (meu time) quer muito a vaga. Mas pra quem fez três gols em um jogo outro dia...
Já Messi será campeão francês, o que não quer dizer muita coisa, mas tem a Copa pela frente. E, com a seleção argentina renovada, apontada como uma das favoritas, não dependendo mais dele para resolver todos os pepinos. Dá gosto de ver 'La Pulga' em ação com a camisa celeste e blanca, jogando de outro jeito, se achando lá entre os seus. Os jogos finais das Eliminatórias não servem de nada para ele, a seleção está classificada.
Tomara que, provocados, os dois craques geniais ainda pintem e bordem.
O português é uma máquina, forte, um touro; o argentino é o mirradinho sem medo de grandalhões e cara feia.
Quando ouço alguém falar que o craque já era, que acabou, que é ex-jogador em atividade, lembro-me de Tomás Soares da Silva, o Mestre Ziza, o Zizinho, o melhor jogador da Copa de 1950, o sucessor de Leônidas da Silva, um dos maiores de todos os tempos.
Aos 37 anos, com os joelhos comprometidos, Zizinho veio jogar em 1957 no São Paulo. A maioria dos torcedores são-paulinos desconfiou, não botou fé. "Velho demais", diziam.
Pois bem, 'o velho Mestre' fez 23 gols em 67 jogos com a camisa tricolor, e foi o cérebro do time que conquistou o título paulista, que o São Paulo não via a cor desde 1953. Pintou e bordou!
Não sei quanto tempo Messi e Cristiano terão pela frente. Pouco, é claro, mas bem que o tempo podia esperar para passar.
Afinal, o que será de mim, e de milhões de fãs, sem Messi e Cristiano, os dois maiores craques dos últimos dez anos do futebol mundial?
Antes da despedida, gostaria de vê-los brilhar mais vezes. Nem que seja por mais um pouquinho, por favor!
Na newsletter desta semana, José Trajano também comenta a declaração do ex-jogador inglês Jamie Carragher, agora comentarista da Sky Sports, que desdenhou da marca de 1.283 gols de Pelé.
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