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OPINIÃO

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Mundial de Pokémon tem significado especial para os Esports

Pokémon está chegando para o seu Mundial em 2022 - Divulgação/Play Pokémon
Pokémon está chegando para o seu Mundial em 2022 Imagem: Divulgação/Play Pokémon

Colunista do UOL

16/08/2022 04h00

Qual o maior desafio de um esporte eletrônico para resistir ao tempo? Quando falamos de cenário competitivo, ainda que seja uma realidade cada vez mais presente no dia a dia com diferentes modalidades e gêneros de jogos, a base amostral de análise ainda é curta se comparada a um esporte tradicional, por exemplo. Nesse sentido, há uma franquia que tem muito a ensinar após décadas de sucesso - e você certamente já foi impactado por ela em algum momento da vida. Estamos falando, aqui, de Pokémon.

Primeiramente, é necessário destacar: a Nintendo, como um todo, trata Esport de uma maneira bastante peculiar. Está longe de ser o foco da empresa desenvolver algo semelhante ao que fazem Riot Games, Ubisoft, Garena e tantas outras publishers. Ela tem o próprio jeito, aposta nele há muito tempo e, com certeza, não irá mudar. Por isso mesmo, Pokémon é um case que merece ser observado com atenção.

Entre os dias 18 e 21 de agosto, será disputado em Londres o Mundial de Pokémon. É isso mesmo: um campeonato global dedicado aos fãs dos monstrinhos de bolso. São diversas categorias: Pokémon GO, Pokémon Trading Card Game (TCG), Pokémon VG (a tradicional batalha consagrada no formato RPG), Pokkén (o fighting game) e o mais recente Pokémon Unite, a entrada da franquia no mundo dos MOBAs.

A verdade é que Pokémon se prova, ano após ano, como um jogo resistente às gerações e pronto para atender a todos os gostos e idades. Do antigo GameBoy ao celular, passando pelas cartas e chegando ao Switch. Não é todo universo que tem a capacidade de trabalhar a própria comunidade de uma forma peculiar, sem se curvar à lógica vigente no mercado, e ainda assim progredir. Transitar entre faixas etárias é um mérito dos grandes.

"Mas muita gente parou na primeira geração e só tem tudo isso como uma grande nostalgia". Isso, definitivamente, não é pétreo - e há uma vitória em gerar um simples sorriso quando se impacta um antigo fã com algum tipo de conteúdo. Ter um Mundial com cinco tipos de jogo diferente em torno de uma premiação de US$ 1 milhão é extremamente significativo e relevante sob qualquer espectro de análise. E o Brasil, obviamente, estará representado.

Aliás, se você é da década de 90 (ou até anterior a isso), não se espante: hoje, a categoria Masters, que é para os mais velhos (ou experientes, para não ofender ninguém...) é para nascidos em 2004 ou antes. A Junior, para nascidos em 2009 ou depois. E a Senior, que está no caminho entre as duas, cobre todos os anos que ocupam o espaço entre uma e outra. Uma boa medida de como Pokémon pode ser assunto de diferentes gerações.

O desafio de legitimidade que o esporte eletrônico tem, num escopo geral, pode ser vencido de algumas formas - uma delas é colocando "à mesa" daqueles que ainda precisam de provas assuntos tangíveis à própria realidade. Pokémon tem essa capacidade. Esse Mundial promete - e muito.